Blog do Vamp

O Vampiro de Curitiba




___"Estado, chamo eu, o lugar onde todos, bons ou malvados, são bebedores de veneno; Estado, o lugar onde todos, bons ou malvados, perdem-se a si mesmos; Estado, o lugar onde o lento suicídio de todos chama-se... "vida"!" (F. Nietzsche)

Mensalão: Quem Venceu e Quem Perdeu


“Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.” (Ayn Rand)



Sei que muitos estão desolados. Afinal, como disse numa dessas sessões do Supremo o Ministro Marco Aurélio de Mello - e ninguém deu a devida importância à frase - , "quando uma luz se apaga, a escuridão é bem mais intensa do que antes de acesa".

Os Mensaleiros estão em festa, comemorando com o dinheiro que roubaram e roubam da educação, da saúde de brasileiros miseráveis que trabalham mais da metade do ano somente para pagar impostos, afinal alguém tem de pagar a conta da festa, a aposentadoria por invalidez do companheiro condenado Genuíno, os salários dos Ministros do Supremo, escolhidos a dedo pelos próprios réus para julgá-los. Esse é o Brasil, não nos iludamos!

Mas quem, de fato, venceu? Ter de se aposentar às pressas, por invalidez, para poder continuar gastando dinheiro público é vitória? Dirceu e esses bandidos que o apoiam poderão um dia olhar nos olhos de seus filhos com a cabeça erguida? Isso é vitória?

Quando o petismo venceu as últimas eleições presidenciais, escrevi um texto fando um pouco de Poder e vitória:



Vencemos, o Poder É Nosso

Sim, perdemos a eleição. O Brasil bem que tentou chegar à Civilização, mas o Nordeste e boa parte da Imprensa - que sempre tratou Lula e o PT como inimputáveis- seguraram, mais uma vez, nosso futuro.

Ainda assim vencemos!  Eles pensam que "continuam no poder", como se "o poder" fosse algo a ser tomado. Ou como se fosse um lugar a ser alcançado. Pensam que por estarem nos governos, nas faculdades, nos sindicatos, na Imprensa têm "poder". Eles leram algumas páginas de Marx e Gramsci, mas não sacam nada de Foucault! O poder não é algo que possa ser conquistado, simplesmente, ao se tomar o Estado. Não, não existe “um poder” que se conquista juntamente com aparelhos de Estado. Os poderes periféricos e moleculares se exercem em níveis variados e em pontos diferentes da rede social. Quem tem poder é quem cria valores. E os valores que estão sendo criados neste exato momento são os valores do Individualismo, da meritocracia, da liberdade de pensamento e expressão, enfim, tudo aquilo que eles mais abominam. Os inimputáveis não criam nada! A eles a História reserva somente o papel de vítimas. O Poder é nosso!

Sei que muita gente boa está neste momento um tanto desiludida por termos de enfrentar mais quatro anos de corrupção, de mentiras e de ressentimento. Deixemos eles com seus carguinhos públicos, e fiquemos nós com nossos valores, com nossa arte, com nossa cultura. Escolhi, só para os raros, um trecho de uma das obras mais belas escritas por um homem. Schopenhauer, no "O Mundo Como Vontade E Representação" (Die Welt Als Wille Und Vorstellung) escreveu estas palavras - aqui traduzidas do Alemão para o Português europeu:  

Suponhamos que nos seja permitido lançar um olhar claro sobre o domínio do possível, para além da cadeia das causas e dos efeitos: o gênio da terra surgiria e mostrar-nos-ia num quadro os indivíduos mais perfeitos, os iniciadores da humanidade, os heróis que o destino levou antes que a hora da ação tivesse soado para eles. - Depois far-nos-ia ver os grandes acontecimentos que teriam modificado a história do mundo, que teriam trazido épocas de luz e de civilização supremas, se o acaso mais cego, o incidente mais insignificante não as tivesse asfixiado à nascença. - Representar-nos-ia, enfim, as forças imponentes das grandes individualidades que teriam sido suficientes para fecundar toda uma série de séculos, mas que se perderam por erro ou por paixão, ou ainda que, sob a pressão da necessidade, se empregaram inutilmente em indignas e estéreis causas, ou ainda que se dissiparam por puro divertimento. Veríamos tudo isto e seria para nós um luto: choraríamos sobre os tesouros que os séculos perderam. Mas o espírito da terra responder-nos-ia com um sorriso: " a fonte donde emanam os indivíduos e as suas forças é inesgotável e infinita, tanto como o tempo e o espaço, visto que, como o tempo e o espaço eles são apenas o fenômeno e a representação da vontade. Nenhuma medida finita pode avaliar esta fonte infinita: do mesmo modo cada acontecimento, cada obra asfixiada em germe tem ainda e sempre a eternidade inteira para se reproduzir. Neste mundo dos fenômenos toda a perda abasoluta é impossível, assim como todo o ganho absoluto. Só a vontade existe: ela é a coisa-em-si, ela é a fonte de todos estes fenômenos. A consciência que ela toma de si mesma, a afirmação ou a negação que ela se decide a tirar daí, tal é o único fato em si."




O Vampiro de Curitiba

Panta Rei


Panta rei, ou Panta rhei, conceito de Heráclito para sua filosofia do "Tudo flui".


Vídeo do italiano Ettore Biondo.
Trilha sonora original de Constantin Philippou

               (Tela cheia, som alto e mente focada, please!)






O Vampiro de Curitiba

Alejandro Jodorowsky - A Montanha Sagrada (1973)

Manifesto do Nada na Terra do Nunca


"Quando aparece um ofendido que se acha no direito de vir me inquirindo com aquela famosa pergunta: "Quem é você?", eu respondo: Eu sou O NADA, drogado, decadente, matricida, epilético, reacionário, roqueiro. E como NADA eu vou contar para vocês a história da Terra do Nunca, o Brasil-Peter Pan que se recusa a crescer." (Lobão)



Tempo perdido, não nos iludamos, já era, já foi. Não podemos recuperá-lo. Não quero aqui entrar em conceitos de Física,  até porque, chegaríamos à conclusão de que o Tempo não existe - é apenas uma invenção do homem para dar ao caos uma certa aparência de ordem. 

Por que digo tudo isso? Porque durante essa minha mais recente hibernação o roqueiro e escritor Lobão lançou seu Manifesto do Nada na Terra do Nunca.  Como uma maneira de recuperar, não o tempo, mas alguns dos acontecimentos mais marcantes desse período, trago aos leitores que ainda não leram um pouco de Lobão. Em meio à tanta brochice intelectual, Lobão é a paudurescência em estado de arte! 

Um trechinho, só pra dar água na boca:


Trecho do CAPÍTULO 3 (Roubei da página da VEJA):

VAMOS ASSASSINAR A PRESIDENTA DA REPÚBLICA?

Não se preocupem, amiguinhos, sou uma criatura inca­paz de matar um mosquito, uma mosca, uma barata e, por extensão isonômica, a nossa presidenta da República, que, sendo assim, estará livre de uma chinelada assassina vinda das minhas sandálias.
O que gostaria de propor, com essa convocação um tanto insólita, mas de cunho didático, seria seguir a linha de racio­cínio adotada pelo governo em relação a determinados as­suntos ético-políticos, usando os mesmíssimos argumentos engendrados por esse governo para explicar, através de sua lógica, essa minha convocação didático-hipotética de assas­sinato ou execução da nossa mandatária máxima.
Em outras palavras, usar do próprio veneno criado por essa casta para provar a imensa picaretagem da medida de fachada nobre, implementada em maio de 2012, que é a de­fesa dos direitos humanos através da tal Comissão da Ver­dade.
A nossa presidenta, nossa governanta, como já é de do­mínio público, além de se declarar vítima de tortura, parece que também possui uma ficha criminal bastante ampla (al­guns preferem chamar isso de atividade libertária, de luta armada para a libertação nacional), com assaltos milioná­rios (onde estaria a grana?), atentados terroristas, suposta participação em execuções, sequestros, atentados e, junto com ela, uma parte bem representativa de seus colegas de partido e de governo.
E se esse questionamento é cada vez mais corriqueiro nas esquinas e nas redes sociais, se há dúvidas em rela­ção ao seu passado, ela teria mais do que obrigação em es­clarecer sua história de forma categórica e definitiva, uma vez que designou uma Comissão da Verdade, que ela pró­pria convocou e o governo remunera, o que, nessa condi­ção unilateral, é imoral. Se é uma suposição conspiratória sua participação efetiva em grupos guerrilheiros, se jamais participou de atentados, assaltos, sequestros e execuções, se, como afirma, teve apenas um envolvimento periférico, ela, como presidenta e implementadora da tal comissão que está averiguando apenas os seus antagonistas, não está agindo de forma honesta e aceitável.
É um tanto assustador assistir a um vídeo no YouTube da nossa governanta visitando o barracão da revolução cubana no Fórum Social Mundial e fazendo um discurso emociona­do em que demonstra sua admiração e solidariedade à dita­dura cubana! Nossa presidenta é uma tremenda comunista!
Uma pessoa que luta contra uma ditadura em prol de uma outra não tem o menor direito de reclamar coisa alguma!
Pela lógica, se é obsceno se vangloriar por ser nazista, tão grave é se permitir ser solidário à causa cubana, que já assas­sinou mais de cem mil pessoas, de 1959 até os dias de hoje, exporta métodos de tortura e seu maior trunfo econômico foi o comércio de sangue dos condenados ao paredão para os vietcongues nos anos 1960. Fora Mao Tsé-Tung, que assassi­nou mais de sessenta milhões de pessoas e condenou outros milhões à fome e à miséria, deixando Stalin acabrunhado com suas próprias atrocidades. E não venha dizer que isso é teoria da conspiração, pois são fatos históricos e muito bem­-documentados.
E esses facínoras vêm com esse papo de libertários? Que entraram na luta armada, em nome da tal causa libertária (?!), na luta pela implementação do socialismo no Brasil, para nos livrar das garras da ditadura militar em troca de uma redento­ra ditadura do proletariado? Ditadura que a presidenta e sua corriola teimam por fazer crer ser “do bem”, assim como a de Cuba e da China, das quais são fãs de carteirinha, asseclas e parceiros. Sem esclarecer ao povo brasileiro ter sido justa­mente essa sanha por implementar uma ditadura do prole­tariado no Brasil através da luta armada a principal causa de vivermos numa ditadura militar por mais de duas décadas.
Como se não bastasse, há probabilidades sólidas e evi­dências contundentes de termos um governo e seu partido majoritário, o PT, atuando como parceiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas), que, além de tudo, têm parceria com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Sem falar na lamentável posição do Brasil como um dos cam­peões mundiais de tortura e assassinatos nas prisões. Ou seja, toda essa nova elite de poder se dando um direito tão distinto e quase divino de praticar atrocidades, em nome, segundo eles, de uma causa nobre, insofismável. Sempre ra­ciocinando e agindo com dois pesos e duas medidas.





O Vampiro de Curitiba

O Dia Da Consciência Individual - Atrasado




Meio atrasado, publico dois textos dos melhores que li recentemente. João Pereira Coutinho e Rodrigo Constantino (links aí na coluna direita. Sim, direita, hehe..). Divirtam-se:



Dia da Consciência Individual - Rodrigo Constantino 

Em homenagem aos 50 anos do mais famoso discurso de Martin Luther King Jr., “Eu tive um sonho”, segue um artigo meu para o jornal O Globo de 2009, publicado no Dia da Consciência Negra:

Dia da Consciência Individual

Cada indivíduo possui diversas características que ajudam a identificá-lo, entre elas: crença religiosa, altura, classe social, sexo, visão política, nacionalidade e cor da pele. O coletivista é aquele que seleciona arbitrariamente alguma dessas características e a coloca no topo absoluto da hierarquia de valores. Para o nacionalista, a nacionalidade é a coisa mais relevante do mundo. Para o socialista, a classe é tudo que importa. Para o racialista, a “raça” define quem somos.

Todos eles ignoram a menor minoria de todas: o indivíduo. Schopenhauer disse: “A individualidade sobrepuja em muito a nacionalidade e, num determinado homem, aquela merece mil vezes mais consideração do que esta”. De fato, parece estranho se identificar tanto com alguém somente com base no local de nascimento. O mesmo pode ser dito sobre a cor da pele. Deve um liberal negro ter mais afinidade com um marxista negro do que com um liberal branco? Fica difícil justificar isso.

Entretanto, o “Dia da Consciência Negra” apela exatamente para este coletivismo. Consciência é algo individual; não existe uma “consciência negra”. Compreende-se a luta contra o racismo, justamente uma forma de coletivismo que deprecia um grupo de indivíduos por causa de sua cor. Mas não creio ser uma boa estratégia de combate ao racismo enaltecer exatamente aquilo que se pretende atacar: o conceito de “raça”. Um mundo onde indivíduos são julgados por seu caráter, não pela cor da pele, como sonhava Martin Luther King, não combina com um mundo que celebra a consciência de uma “raça”.

A origem do feriado coloca mais lenha na fogueira. Zumbi dos Palmares, ao que tudo indica, tinha escravos. Era a coisa mais natural do mundo em sua época. Ele lutava, portanto, pela sua própria abolição, não da escravidão em si. A humanidade conviveu com a escravidão desde sempre. Diferentes conquistadores transformaram em escravos os conquistados. Os gregos, romanos, incas, astecas, otomanos, todos fizeram escravos. As principais religiões consideravam isso algo normal. Não havia um critério racial para esta nefasta prática. Os próprios africanos eram donos de escravos.

Somente o foco no indivíduo, com o advento do iluminismo, possibilitou finalmente enterrar as correntes da escravidão. A Declaração da Independência Americana seria a síntese desta nova mentalidade. Os principais abolicionistas usaram suas poderosas palavras como argumento definitivo contra a escravidão. No famoso caso Amistad, em 1839, o ex-presidente John Quincy Adams fez uma defesa eloqüente dos africanos presos: “No momento em que se chega à Declaração de Independência e ao fato de que todo homem tem direito à vida e à liberdade, um direito inalienável, este caso está decidido”.

O Brasil apresenta um agravante prático: a própria noção de “raça”. Afinal, aqui predomina a mistura, como o recém-falecido Lévi-Strauss percebeu em Tristes Trópicos. Para o antropólogo, ‘negro’ é um termo que “não tem muito sentido num país onde a grande diversidade racial, acompanhando-se de pouquíssimos preconceitos, pelo menos no passado, possibilitou misturas de todo tipo”. Como celebrar a “consciência negra” num país de mestiços, caboclos e cafuzos? Deve o mulato priorizar uma parte de sua origem, em detrimento da outra? A mãe negra é mais importante que o pai branco, ou vice-versa?

Eu gostaria muito de viver num país onde não houvesse racismo. Infelizmente, acho que feriados que enaltecem a consciência da “raça” não ajudam. Seria melhor criar o “Dia da Consciência Individual”.



 Um Rei EM Washington - João Pereira Coutinho

Viajo para Washington. Encontro a cidade em festa. Não admira. Cinquenta anos atrás, em 28 de agosto de 1963, Martin Luther King passou pela capital e, na presença dos 250 mil manifestantes que fizeram a Marcha sobre Washington, proferiu um dos discursos mais famosos do século 20. 

Digo "famoso", mas infelizmente pouco lido. Pena. Relendo o discurso de Luther King por estes dias, entendi melhor o talento e a eficácia do homem na luta pelos direitos civis dos negros. Nada revela tão claramente uma inteligência quanto as palavras que ela escolhe. 

Para começar, o texto é uma peça notável de oratória cristã. O fato é por vezes ignorado: Luther King foi sobretudo influenciado por Thoreau e Gandhi, dizem os especialistas, e a sua estratégia de resistência não violenta é tributária dos dois. 

Certo, certíssimo. Mas, antes de Thoreau e Gandhi, recordo aos especialistas que Luther King foi formado na adolescência pelo teólogo Benjamin Mays, que incutiu no pupilo uma ideia revolucionária e simples: se os ensinamentos da Bíblia não servem para mudar os homens, então a Bíblia serve para muito pouco. 
Luther King aprendeu a lição: primeiro, ao tornar-se também teólogo e pastor batista no Alabama. E, depois, ao aplicar o arsenal teológico à causa dos direitos civis. 

A cadência e o vigor retórico de Luther King são próprios de um pastor em frente ao seu rebanho. 

E o uso de metáforas --o sonho de que um dia um povo longamente escravizado chegará a um oásis de liberdade e justiça-- também só é possível em alguém que leu o Antigo Testamento e transpôs para a causa dos direitos civis as provações épicas dos israelitas nos seus múltiplos e trágicos exílios. 

Mas a grandeza de Luther King não acaba aqui. Se o reverendo Luther King fosse um "Muçulmano Negro", espumando de ódio contra o "homem branco", talvez o discurso de 1963 fosse uma peça maniqueísta em que a luta pelos direitos civis seria apenas uma luta de negros contra brancos. 

Luther King nunca comprou essa primária versão dos fatos. Como o próprio repetidamente afirmava, a luta não era entre negros e brancos. Era entre a justiça e a injustiça, independentemente da cor das vítimas e dos opressores. 

Não é por acaso que, no discurso de 1963, o "sonho" de Luther King era chegar ao dia em que brancos e negros se sentariam na mesma "mesa da humanidade". Essa mensagem de "integração" seria impensável nas diatribes separatistas e violentas de Malcolm X e da Nação do Islã. 

O que não significa que o radicalismo dos "Muçulmanos Negros" não tenha ajudado a causa de Luther King. Eis a terceira marca da sua inteligência: apresentar a luta pelos direitos civis como a "via média" entre dois extremismos gêmeos. O extremismo dos separatistas brancos. E o extremismo dos separatistas negros. 
Na sua "Letter from Birmingham Jail", escrita no presídio anos antes da Marcha sobre Washington, Martin Luther King já era explícito na condenação daqueles que "perderam a fé na América"; dos que "repudiaram o cristianismo"; e dos que apresentam o homem branco como "um demônio incorrigível". 

Tradução: se a América desejava evitar uma guerra civil racial, garantir direitos civis aos negros era melhor do que jogá-los na insurreição armada. 

Felizmente, a América escutou Martin Luther King, não Malcolm X. Em 1964, o Congresso aprovava o Civil Rights Act, infligindo o golpe de misericórdia na segregação laboral, escolar, social. Os direitos eleitorais plenos viriam logo a seguir, em 1965. E hoje? 

Fato: como relembra o "Wall Street Journal", o rendimento das famílias negras ainda representa 66% do rendimento das famílias brancas. Mas é também importante lembrar que, há 50 anos, metade da população negra vivia na pobreza. A cifra, hoje, ronda os 28%. 

E, claro, escusado será dizer que, em 2013, a cor da Casa Branca não é mais branca. 

Martin Luther King esteve na cidade em 1963 para imaginar o dia em que os seres humanos não seriam julgados pela cor da pele, mas pelo seu caráter. 

Às vezes, as verdades mais antigas são as mais revolucionárias. E Luther King era esse admirável paradoxo: um conservador revolucionário. São os únicos revolucionários que eu respeito. 

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Falando em estar atrasado, fiquem com a banda gaúcha "Bidê ou Balde" tocando a música do Marcelo Nova "Hoje", com participação do próprio Marceleza:

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