Mais um Carnaval que termina. Chega de tanto samba, pelamordedeus! Como por aqui é sempre a mesma história, nada muda, reproduzo o que escrevi sobre o Carnaval do ano passado. Apenas troquem a Paris Hilton por outra celebridade qualquer e o Philip Roth pelo Lobão, que fica tudo certo. No final, depois do texto, uma surpresa que acho que vocês vão gostar.
Nós, Os Alegres
Ufa! Finalmente acabou o Carnaval! Finalmente acabou o ziriguidum!
Como poucas coisas me aborrecem mais do que ver homens mijando na rua ou bêbados gritando bobagens sem sentido algum em ritmo de samba, esses dias de Carnaval me pareceram eternos. Não que Curitiba seja exatamente uma cidade muito, digamos, carnavalesca. Pelo contrário. Definitivamente o samba não é nossa praia. Temos alguns desfiles aqui, alguns blocos ali e... mais nada. Graças aos céus! Aliás, tenho a impressão de que só não acabamos de uma vez por todas com essa folia porque, afinal de contas, somos brasileiros. Não pegaria nada bem sermos a única cidade do Brasil sem Carnaval. Pular no meio de pessoas suadas e embriagadas virou uma obrigação. Sim, é politicamente-incorreto não gostar de Carnaval.
Eu? Passei esses dias trancado em casa, lendo, sem ligar a televisão, sem ligar o computador, sem ver os jornais. Minha maior aventura foi ir até a padaria da esquina comprar pão e leite desnatado. Eu bem que procuro entender tanta alegria (a Paris Hilton, assistindo os desfiles na Marquês de Sapucaí, disse que somos um povo "muito alegre"), tanta emoção, tanta vibração. Imagino que haja um certo tipo de comunhão dionisíaca entre aquelas pessoas. Mas, vendo os mijões alegres da Paris Hilton, prefiri mesmo entrar em comunhão com os judeus tristes do Philip Roth, no seu brilhante "American Pastoral". (Há quem diga que este ano ninguém tira o Nobel de Literatura de Philip Roth. Se essa previsão se confirmar, aplaudirei entusiasticamente).
Assim como parece que Curitiba tem a obrigação moral de ter Carnaval, nós, brasileiros, temos a obrigação de sermos alegres. É essa a imagem que o mundo tem de nós. Temos de estar sempre pulando, sempre gritando, sempre rebolando. É isso que nos diferencia do resto do mundo. Somos uma ilha exótica, governados por um presidente exótico, com mulheres bundudas rebolando sem parar ao ritmo de uma música exótica.
Miséria? Cachaça! Corrupção? Cerveja! Analfabetismo? Prozac! Afinal, não podemos decepcionar Paris Hilton. Eu? Já volto, vou ali na padaria comprar pão e leite desnatado.
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Depois de tanto samba, nada melhor do que Rock da melhor qualidade! Fiquem com o baixista do Led Zeppelin -a melhor banda de todos os tempos- o mestre John Paul Jones. Sou fã desse cara desde meus 13, 14 anos de idade:
O Vampiro de Curitiba