Texto originariamente publicado no Blog do Gerald Thomas, em 08/12/2008
Banânia está em festa! E qual o motivo de tanta comemoração? Atingimos, por acaso, a perfeição em nosso sistema de Saúde Pública? Estamos oferecendo às nossas crianças uma educação de Primeiro Mundo? Não, saúde e educação, no Brasil, são supérfluas. Não interessa à esquerda um povo educado. Educação não rima com bolsa-esmola. O motivo de tanta agitação é a aprovação recorde do Grande Líder, do grande herói, Luis Inácio Lula da Silva.
Para entender como chegamos a essa situação bizarra em que, depois de tanta corrupção, tanto mensalão, tanto desleixo com a coisa pública, enfim, tanto desgoverno, a aprovação do Presidente da República só tem aumentado, precisamos fazer uma breve retrospectiva:
Uma mistura de catolicismo tropical – com aquele papo de que “é mais fácil um camelo passar por um buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino do Céu”- com o submarxismo ensinado nas Universidades, gerou, na América Latina, uma cultura do “pobrismo”, do vitimismo. Acrescentando a essa cultura um toque de “jeitinho brasileiro”, formou-se o senso comum do Brasil. Um paradoxo de ufanismo e falta de segurança, onde tudo que é nacional é melhor, mas sempre é preciso a aprovação do exterior. Ninguém dá muita bola para, por exemplo, a capoeira. Mas se aparece uma TV estrangeira filmando nossos bravos capoeiristas, logo dizemos que este esporte é maravilhoso; surgem teorias as mais exóticas explicando como a capoeira levanta a auto-estima do povo, etc., etc. Síndrome de vira-lata. Vira-lata ufanista.
O senso comum brasileiro, confuso por natureza, foi um ambiente propício para o desenvolvimento dessa Esquerda católica e pseudo-marxista que é o PT. Na oposição o esquerdista era um Dom Quixote, aquele herói lunático que pretendia salvar o Mundo das forças do Mal (no caso, ”das elites”), lutando contra moinhos de vento, imaginando que venceria gigantes. Não, o Capitalismo não era um gigante a ser vencido! Os males que atormentam o povo brasileiro não foram causados pelo Capitalismo, mas pela falta dele. Agora, na situação, viraram Dom Quixote às avessas. Olham para a crise (ver post baixo, escrito por Gerald Thomas) que se aproxima, mas, covardes que são, recusam-se a encará-la. Agora que o sangue que escorre pelo chão é verdadeiro, fingem que se trata de vinho tinto: “É apenas uma marolinha”. Ou então: “Não, isso não é mensalão, é apenas caixa-dois”.
Uma parte da imprensa bem que tenta mostrar a realidade a esse Dom Quixote dos trópicos em que se transformou nosso senso comum, mostrando as loucuras que são cometidas pelo devaneio esquerdista. Em contra-partida o Governo até ameaçou criar um conselho nacional de jornalistas com o objetivo de controlar, fiscalizar a mídia, mas nem foi preciso: o “jeitinho brasileiro” se deu mesmo com publicidade estatal. O cala-boca é pago com dinheiro do próprio gigante adormecido, óbvio. E a Imprensa acabou assumindo o papel do fiel escudeiro Sancho Pança. Ela sempre desconfia da porra-louquice do Cavaleiro Andante, mas sempre lhe faz as vontades à espera de um pedaço do governo, ou, simplesmente, de uma boa merenda. Quando alguém ousa chamar a atenção do senso quixotesco, Sancho sempre aparece para salvá-lo: “Não, meu senhor, cavaleiros só travam batalhas com outros cavaleiros. Este que aí está a desafiá-lo não é um cavaleiro, é um “direitista”, não dê atenção a ele.”
A festa continua. Nosso Dom Quixote, embriagado pelo sucesso (ou literalmente) não cansa de destilar (ops!) suas asneiras. Para 70% da população ele é um herói. Eu faço parte da minoria que o considera apenas um idiota.
O Vampiro de Curitiba
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