Blog do Vamp

O Vampiro de Curitiba




___"Estado, chamo eu, o lugar onde todos, bons ou malvados, são bebedores de veneno; Estado, o lugar onde todos, bons ou malvados, perdem-se a si mesmos; Estado, o lugar onde o lento suicídio de todos chama-se... "vida"!" (F. Nietzsche)

FHC, THC e o Estado-babá

Fernando Henrique Cardoso foi quase que linchado por boa parte da Imprensa e por todos os partidos políticos do Brasil quando, como Presidente da República, tentou livrar o Brasil do gigantismo estatal e da corrupção que imperava nas estatais desde sempre. Fez, contra praticamente todo o senso comum, um programa de privatizações que tirou o Brasil da Idade Média e o levou à Civilização. Agora, FHC vem sendo criticado por tarados adoradores do Estado -tanto da Esquerda como da Direita- por defender que o Estado-babá deixe de, ao menos, prender e tratar como criminoso quem decida consumir substâncias "entorpecentes". Ontem o ex-presidente falou ao "Fantástico", da Rede Globo, e ao jornal Folha de São Paulo. Leiam a matéria da Folha, volto em seguida:


Folha de S.Paulo - Mônica Bergamo - 29/05/2011

PEGA LEVE

FHC defende em filme a descriminalização de todas as drogas, o acesso controlado a entorpecentes leves e admite até a plantação caseira de maconha no Brasil como forma de combater o tráfico


Há três anos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se juntou a personalidades como os ex-presidentes César Gaviria, da Colômbia, e Ernesto Zedillo, do México, e aos escritores Paulo Coelho e Mario Vargas Lllosa na Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia. Passou a defender a descriminalização do consumo de entorpecentes. E transformou sua "saga" no filme "Quebrando o Tabu", de Fernando Andrade, que estreia na sexta, 3. Visitou 18 cidades da América Latina, EUA e Europa, foi a bares que vendem maconha, viu pessoas se drogarem nas ruas.
Mostrou o documentário às netas de 25 anos -que estavam ansiosas para saber, segundo ele, como defenderiam o trabalho "do avô maluco". FHC falou à coluna.


 Abaixo, um resumo:


Folha - O senhor já tem um histórico com o tema: na campanha para prefeito de São Paulo, em 1985, foi acusado de defender o consumo da maconha. 

 Fernando Henrique Cardoso -
Ali foi o uso, pela campanha do Jânio Quadros [que concorria com FHC], de uma entrevista que eu havia dado à revista "Playboy", em que me perguntaram se eu já tinha provado maconha. Eu contei que a única vez que eu vi alguém com maconha foi no bar P. J. Clarke's, em NY. Eu estava com uns primos banqueiros, bastante compostos. Alguém puxou. Achei o cheiro horrível. Me perguntaram: o senhor tragou? Nem sei tragar, nunca traguei nem cigarro. [A resposta de FHC à "Playboy" foi: "Eu dei uma tragada, achei horrível, acho que é porque nem cigarro eu fumo".]

E outras drogas?

 No meu tempo, não tinha esse negócio. Era só lança-perfume no Carnaval.

E o senhor cheirou lança?

 Mas muito pouco. Eu tinha horror dessas coisas. Eu nunca vi cocaína na minha vida. Eu sei que é um pozinho branco, e tal, mas nunca vi. Fui ver gente se drogar agora, na Holanda, fazendo o filme.

Claramente, qual é a sua posição sobre as drogas?

 Eu sou a favor da descriminalização de todas as drogas.

Cocaína, heroína?

 Todas, todas. Uma droga leve, tomada todo dia, faz mal. E uma droga pesada, tomada eventualmente, faz menos mal. Essa distinção é enganosa. Agora, quando eu digo descriminalizar, eu defendo que o consumo não seja mais considerado um crime, que o usuário não passe mais pela polícia, pelo Judiciário e pela cadeia. Mas a sociedade pode manter penas que induzam a pessoa a sair das drogas, frequentando o hospital durante um período, por exemplo, ou fazendo trabalho comunitário. Descriminalizar não é despenalizar. Nem legalizar, dar o direito de se consumir drogas.

Os manifestantes da Marcha da Maconha, por exemplo, defendem a legalização, o direito de cada um fumar ou não o seu baseado.

 Eles defendem não só a legalização, como dizem: "Não faz mal". Eu não digo isso, porque ela faz mal. Agora, não adianta botar o usuário na cadeia. Você vai condená-lo, estigmatizá-lo. E não resolve. O usuário contumaz é um doente. Precisa de tratamento e não de cadeia.

Eles podem argumentar: faz mal, mas eu tenho o direito de escolher.

 Aí é a posição holandesa. Lá você tem o indivíduo como o centro das coisas. Mas a Holanda é um país de formação protestante, capitalista, individualista: "Eu posso decidir por mim. Se eu quiser me matar, eu me mato". Lá, você não tem o nível de violência, de pobreza e de desinformação que tem no Brasil. Legalizar aqui pode significar realmente você alastrar enormemente o uso de drogas, de uma maneira descontrolada. Na Holanda, eles não tentam levar ninguém ao tratamento. Na cultura brasileira, funcionaria mais o modelo adotado por Portugal.

Como é em Portugal?

 Eles descriminalizaram todas as drogas e deram imenso acesso ao tratamento. E como você não tem medo de ir para a cadeia, você procura o hospital. Eles fazem inclusive uma audiência de aconselhamento com o usuário. Portugal está hoje entre os países com a menor expansão do consumo de drogas na Europa Ocidental. Agora, eles combatem o tráfico.

O filme diz que nunca existiu um mundo sem drogas.

 Antropologicamente, é verdade. O que não quer dizer que o mundo seja drogado! Agora, droga zero... Crime zero vai existir? Não vai haver nunca mais adultério? Mesmo no Irã, em que jogam pedra? Mas isso não pode dar o sentido de "então, libera".

Se nunca existirá um mundo sem drogas, de que adianta proibí-las e deixá-las, ilegais, sob controle de traficantes?

 Posso te dizer com franqueza? Vai ter que diminuir o consumo. Como? Motivando, e não prendendo as pessoas. O cigarro foi transformado em um estigma. Não era assim há 20 anos. Tem que tirar o glamour da maconha. Ela pode trazer perturbações graves. Tem que haver campanhas sistemáticas, informação, educação.

Os críticos da descriminalização dizem que uma droga leva a outras mais pesadas.

 Vamos falar sem hipocrisia: o acesso à maconha é fácil no Brasil. E o elo entre a droga leve e a droga pesada é o traficante. Se você não tem acesso regulado, vai para o traficante. E ele te leva da maconha para outras drogas.

E como seria esse acesso?

 Em vários estados americanos, na Europa, há liberdade de produção em pequena quantidade, doméstica. Cada país tem que encontrar o seu caminho.

No Brasil, imagina liberar a plantação caseira?

 Por exemplo. Descriminaliza e deixa alguma experimentação. Eventualmente, plantação caseira, por aí. Outra coisa: em alguns países da Europa, o governo fornece a droga para o dependente, para evitar o tráfico. Na Holanda, não é permitido se drogar na rua. Você tem locais específicos. Isso poderia acontecer no Brasil. Em SP, na cracolândia, o pessoal se droga na rua, à vontade. É melhor se drogar na rua ou ter um local específico? Isso não é liberar, é tratar como saúde pública.

Na Holanda "coffee shops" vendem maconha.

 Eu fui lá.

E experimentou?

 Não, não. Comigo não tem jeito. Eu não beijo sereia. Quer dizer, às vezes, sim. Mas não de drogas [risos]. A produção de maconha é ilegal na Holanda. Os "coffee shops" são solução meia-bomba. É uma coisa meio hipócrita.

Debates sobre costumes são sempre interditados no Brasil. A campanha de 2010 mostrou isso, com o aborto.

 Eu fui contra aquilo. Esses assuntos não são de campanha eleitoral. E, se você não tiver coragem de ficar sozinho, não é um líder. Mas no Brasil tem uma vantagem: a proposta mais avançada no Congresso sobre drogas é do líder do PT, o deputado Paulo Teixeira. Ele esteve na minha casa, com o Tarso Genro [governador do Rio Grande do Sul], discutindo essa questão. Nossa posição é parecida. Uma parte da sociedade vai ser sempre contra, mas não estamos defendendo coisas irresponsáveis. A droga faz mal, eu sou contra o uso da droga, tem que fazer campanha para reduzir o consumo. Agora, a guerra contra ela fracassou. Tá aumentando o consumo, tá tendo um resultado negativo, tá danificando as pessoas e a sociedade. Vamos ver se tem outros caminhos. No filme, não estamos dando receitas, e sim abrindo os olhos.

O senhor vai enviar o filme para Dilma Rousseff. A presidente, no entanto, tem se mostrado fechada a discussões sobre o tema das drogas.

 É o que dizem. Eu não sei. Não ouvi dela nada. Ela está saindo da campanha eleitoral e tal. Agora [rindo], precisa ver a posição do Lula. Álcool faz mais mal que marijuana.

As ideias que o senhor declara hoje jamais foram aplicadas ou mesmo defendidas em seu governo.

 Naquela época, havia uma enorme pressão americana, sobretudo por causa de Colômbia, Peru e Bolívia, que exportavam pasta de coca. E houve uma certa militarização do problema. Os americanos fizeram a ONU aprovar uma convenção com o objetivo de acabar com as drogas. E fizeram muita pressão para o Brasil participar de um entendimento do ponto de vista militar. Nós nos recusamos.

Mas houve cooperação.

 Nós tínhamos que mostrar que não deixamos de combater as drogas. Então criamos a Senad [Secretaria Nacional Antidrogas] com um duplo desafio: como é que diminuímos [as drogas] e como é que não nos amolam com essa questão. Fizemos esforços de erradicação de plantações no quadrilátero da maconha em Pernambuco, por exemplo.
Eu acreditava nisso. O problema não era tão violento. Não estava no radar como hoje está. Mas eu confesso que não tinha a posição que hoje eu tenho, porque eu não tinha informação. Meu governo foi isso: ambíguo.


Voltei chamando a atenção para o trecho da entrevista que deixei em vermelho: "Lá você tem o indivíduo como o centro das coisas. Mas a Holanda é um país de formação protestante, capitalista, individualista: "Eu posso decidir por mim. Se eu quiser me matar, eu me mato". "   Pois é! FHC é um político de esquerda, de um partido social-democrata, de um país da América Católica. Não é,  obviamente, um "liberal" radical. Ainda assim, é um dos poucos políticos brasileiros que consegue ver o que acontece no mundo sem se deixar levar pela cegueira ideológica.

A imensa maioria da grande Imprensa, assim como TODOS partidos políticos brasileiros, são, óbvio, defensores do Estado-babá. Cabe ao Estado, e não ao indivíduo, desde a educação dos filhos até permitir o que podemos ou não consumir. Aqueles que pensam diferente devem ser trancafiados em celas fétidas até apodrecerem, pois defender mudanças na legislação é fazer apologia ao crime. Nessa estranhíssima lógica em que se jogam jovens usuários nas mãos de criminosos do sistema prisional, quem defende a regulamentação e controle do consumo em lugares específicos estaria a favor do tráfico. Oras, o único a ganhar com o proibicionismo é exatamente o traficante, já que detém o monopólio  do comércio. Acabar com a violência do tráfico é acabar com o tráfico: regulamentando a venda e o consumo.

Não, leitor, o Estado não vai lhe proteger de nada, ele quer apenas o seu dinheiro e a sua obediência. Podem prender toda a população que quem quiser consumir drogas irá consumir de qualquer jeito. A questão é saber que país nós queremos, se um país onde indivíduos sejam resposnsáveis por seus atos e consumam ou deixem de consumir por suas próprias vontades e não por medo do castigo do Grande Irmão, ou um país de estado-dependentes que precisam da permissão do Estado-babá até para terem prazer.

Não se deixe levar, leitor, pela disputa partidária PT/PSDB paulista. Pense em que país você quer viver. No mais, jamais existirá um mundo sem drogas. Assim como um mundo sem sexo, diria FHC. Ou um mundo sem Rock,  digo eu. Fiquem com Ramones:




O Vampiro de Curitiba

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44 comentários:

Do Gerald, no post anterior:
Gerald Thomas
30 de maio de 2011 01:29

Vamp> sem noticias tuas.
To vendo aqui no Blog otimas coisas: Deus, nao deus, escuridao, medo do escuro, mas queria dizer duas coisas

- Sim a opera Hemingway esta de volta! John e eu temos nos comunicado e muito bem, thanks.

- Diamanda Galas e JPJ : nem o Vamp sabe, mas (na verdade) conheco o JPJ desde a epoca em que ensaiavam debaixo do meu loft em Williamsburg, Brooklyn, NY na decada de 90. Philip Glass e eu tinhamos um agente /manager em comum: Jed Wheeler e Linda Greenberg (IPA) e eles apostaram na dupla Galas / JPJ.

Agora que trabalho com o JPJ (e o Vamp tambem) num novo projeto, essas memorias ficam la pra tras: mas na epoca eu batia com os moveis no chao (que era o teto do ensaio deles la embaixo) porque viver / morar em cima de gritaria, berros (ainda nao afinados...era ensaio, portanto repeticao, repeticao, tentativa e erro, etc)....
...mas eles nao paravam. Nem ouviam.
Muito engracado pensar em quanta agua ja rolou debaixo dessa ponte.

Vamp: nao suma.
LOVE
G

 

Ótima notícia, Gerald!

Quanto às drogas, o que FHC defende já existe. Senão não haveria cracolândia. Estariam todos presos. E quanto mais se descreve a Holanda, menos eu quero o Brasil parecido com ela.

 

Vamp: nessa entrevista da Playboy FHC se assumiu ateu e disse que já fumou maconha.

 

E a legalização é o estado ditar regras e cobrar impostos sobre as drogas.

Vc está sonhando como o pessoal do Instituto Von Mises. Não existe capitalismo sem estado.

 

Nossa! eu deveria ter ficado fora disso e nao deveria ter lido a entrevista da monica bergamo. Ele diz que nunca viu cocaina. Nao irei expo-lo, ja que gosto muito do FHC. Muito.
Mas o filho dele......
....bem , deixa pra la.

Descansar é uma palavra que ja descartei do vocabulario.
FHC eh super jovem e incrivelmente bem situado.
Eu me sentia o dono do mundo aos 30, quando o Beckett me aceitou como amigo e parceiro em Paris, anos 80. Beckett bebia, Bebia muito.
Eh, como eu dizia em Bloco de Gelo em Chamas "na guerra fria nao tinha dessas coisas. Viva a guerra fria".
To com 56 e me acho fragil e incapaz.
E tudo por causa de uma droga legalizada, o Rivotril.
LOVE
G

 

Gerald, você sabe, eu larguei uma porrada de antidepressivos, ansiolíticos, remédios para bipolaridade, álcool, etc., etc., etc. Eu não diria que "viva a guerra fria!", mas com certeza: viva a natureza!

 

Sim, viva a natureza, mesmo sendo ela uma serial killer.
Nao vou citar tsunamis, tornados, landslides e climate change porque nao quero tocar na tecla de lobby que lucra de um lado ou de outro.
Vejam: nunca fui contra o lucro: gosto do capitalismo e nao me arrependo disso.

O que nao gosto em politicos ( e isso se extende ao "meu" Obama) eh
que dizem o que lhes é conveniente no "momento",

Mesmo adorando FHC ele esta numa posicao (porque se colocou nela) de ter que falar atraves de palavras cunhadas no imperio das meias verdades. E isso nao faz bem a ninguem. Me corrijo: nao ME faz bem.
LOVE
G

CONTINUE ESSE DEBATE, VAMP.
BLOG BOMBANDO, o teu!

e vamos de Ghost Sonata: JPJ, Vamp, GT e Stuart Stratford (maestro)

 

Gerald, quando eu me referi à Natureza, estava falando somente numa plantinha (rs).
Eu concordo contigo que FHC esteja usando de meias palavras. Ele quer o debate mas tem medo de se queimar com o politicamente-correto. Ele acabou fazendo uma confusão dos diabos com os termos "legalização", "regulamentação" e "descriminalização".

 

Ahh, e com ou sem thc, vamos de Ghost Sonata, claro!

 

Com este post eu consegui desagradar a todo mundo, da Esquerda à Direita.
Estou sozinho, aliás, como sempre...

 

ah, a plantinha, a erva, weed,
Vc sabe que nao fumo mas aqui do meu lado fumam (rs).
Cresci com esse cheiro pois foi a coisa da minha geracao. Era ate STATUS symbol protestar contra o Vietnam com um baseado na mao.

Quem nao tinha era olhado com o olho esquerdo. O que era o meu caso.

Sou TOTALMENTE A FAVOR DA LEGALIZACAO. Pela 1 vez, discordo da Sandra e digo (com os pes e as maos que o crime nao compensa,. A Sandra fala da cracolandia, Nao se compara com o que acontece nos paises civilizados, como aqui, o Reino Unido ou a Holanda ou na California (ou qualquer paciente de Aids que recebe a essencia da Mary Juana, ou seja THC em pilulas pra abrir o apetite,

Vamp: vamos ao Ghost Sonata. Vc é quem vai me explicar esse bando de personagem que nao fala.
LOVE
G

 

Gerald, você não é fraco!!!!!!!!! Como não vê sua linda arte????
Vamp, você não está sozinho!!!!!!!! Está com pessoas que, eventualmente, discordam de você, mas que o respeitam!!

 

Nao estas sozinho porra nenhuma. Nao desagradou. Ao contrario.
Pombas!
Deve ter um pais no mundo onde se fuma ou se cheira pena de pomba, nao? (rs) pigeon's feathers.
LOVE
G

 

Sandra, a cracolandia existe apesar do proibicionismo.

 

Eu já usei quase de tudo, pena de pomba ainda não experimentei (rs)...

 

Pedroso, teu comentário saiu no post abaixo, gaudério. Mas bah, tchê!

 

Vampiro, você não sabe nada de legislação brasileira nem conhece a questão das drogas(pelo menos, teoricamente). "Oras",ninguém pode ser preso no Brasil por ser usuário de drogas(art.28, da Lei 11.343/06). Como você quer dizer o que deve ser feito ou não com este vasto desconhecimento sobre o assunto?

Certamente, o senhor é daqueles que dão ao indivíduo o direito de fazer o que bem entender. E a sociedade que arque com a falta de repressão. Maconha faz mal, emburrece e degrada o sujeito. Este sujeito, por sua vez, faz mal e degrada a família. Não há razão para descriminá-la, deixando as famílias vulneráveis a este mal.

Garganta.

 

Vivemos no país da hipocrisia. O jogo é proibido, mas se joga no bicho e nos cassinos, sem pagar impostos e gerar empregos regulares. O uso de drogas é proibido, mas compra-se drogas em qualquer hora e lugar e quem lucra é a criminalidade. O aborto é proibido mas se faz aborto aos milhares, com os ricos utilizando boas clinicas.A falsificação é proibida e achamos cds e produtos piratas em qualquer esquina. Há pouco tempo o adulterio era crime e prefeitos fecham puteiros, mas no carnaval todo mundo pelado com recursos públicos.O Brasil é um país hipocrita, sei lá se essas discussões fazem qualuqer sentido, negócio é bater palmas pra maluco dançar.

 

Para quem acha que Amsterdam se parece com a cracolandia, gostaria de recomendar dar uma olhada
nesse site que lista com fotos algumas Coffeeshops de Amsterdam, inclusive a Dolhpins que eu gosto de ir. Tem algo a ver com a cracolandia?
Please, give me a break...

http://www.flyingpig.nl/whatson/smart_and_coffeeshops.php

 

Maria, o que não existe é proibicionismo. Se existisse, traficante não daria megafesta de 3 dias nem sairiam correndo dos morros por ruas abertas com todo mundo assistindo sem que a polícia não mexesse uma palha.

 

Gerald, quando fiz cesariana, recebi injeção de morfina. Vamos legalizá-la também?

 

30 de maio de 2011 18:16 Vamp

- Tá.

 

Rogério
Ramones, essa musiquinha, esse clipzinho, é zueira, né? Pelamordehawking...

 

Porre, sou contra sua legalização.

 

Quando na ativa, Bolsonaro passava em revista a tropa.

 

Ramones é rock`n roll!
O KKK é uma brincadeirinha com os que se dizem liberais, mas só quando lhes é conveniente. A música fala que um KKK roubou sua namorada. Na verdadde o KKK da música é o baixista de direita que roubou a namorada do vocalista.

 

Ninguém é preso por usar drogas no Brasil. É preso porque vende a alma, a mãe, os filhos, rouba, mata... para comprar a droga. Aí, na cadeia, ele não dirá: Agora vou dar um tempo, purificar o corpo, pensar no que fiz...
Será a vez da família vender a alma para sustentar o vício do cara, senão ele será morto ou virará laranja, que é o sujeito que, para pagar dívida de jogos, assume a autoria dos "justiçamentos" dos devedores ou dos assassinatos em guerras de facções. Aí o sujeito pega mais 5 anos, mais 5, mais 10... Se a família não tiver mais dinheiro, nas visitas, o traficante escolherá a irmã ou a filha do cara para amortizar as dívidas. Só Marcola, aquele grande empreendedor, viu este mercado?
Conhecem quem passou por isso? Eu conheço.
Para essas famílias, a turma do Legalize Já perdeu há muito tempo o glamour dos grupos que contestavam a guerra do Vietnan. São vistos como riquinhos mimados que atropelam a vida de qualquer um pelo seu prazer. E, sinceramente, é assim que eu vejo a maioria deles. Vejam:
-Querer fechar a Paulista, via de acesso aos grandes hospitais: INCOR, Clínicas (se bem que o INCOR é pertence às Clínicas), Santa Joana, Santa Catarina,...
-Querer fechar a USP para puxar seu fuminho em paz. Desde a minha época assaltos, roubos e estupros eram comuns na USP. Mas, pelo menos, ainda era o fim do regime militar e se justificava querer a Polícia fora do campus. Hoje é só para que ela vire ponto de drogas mesmo.
-E lembro-me de um comentário da garota que tinha sua própria Bíblia para usar as folhas para fazer o cigarrinho. Na falta, usava a do hotel mesmo. Isso não é contestação, é coisa de gente mimada que nunca teve o dinheiro contado para comprar um livro. Se batesse a fissura na Biblioteca de Londres, é capaz da garota fumar a primeira edição de algum exemplar de Shakespeare.
Conheço muita gente que faz uso eventual da maconha e não perturba ninguém, mas não há um só viciado em crack que eu conheça (que ainda está vivo... Gente de classe média, família estruturada...) que não tenha começado com a maconha. Gente que não fumava nem cigarro careta e não consumia álcool. De todos que eu conheço, apenas um se recuperou: o que esteve na cadeia. O resto, ou está morto ou entra e sai de clínicas. A vida desses meninos acabou aos 15 anos.

 

Muito bom, Sandra!
E eu aproveito pra esclarecer: sou favorável à descriminalização de todas as drogas. Isso não significa que eu queira estimular o consumo delas, pelo contrário. Acho que o bom mesmo é não usar substância alguma.

 

Vamp, o glamour mata mais que o vício.
Eu entendo que você queira a legalização por achar que isso ajude no controle da droga. Eu discordo. Aqui é Brasil, onde, no black, se vende de remédio tarja preta a córnea.
E não é esta a proposta do grupo que diz:
"Ei, polícia! Maconha é uma delícia!"

 

Sinceramente, Sandra, eu não acho que ainda exista algum glamour no uso de drogas. A minha bronca é contra a intervenção do Estado na vida do indivíduo, só isso.

 

Não interferência + glamour = desastre

 

Sandra, a morfina na forma de heroina ja eh descriminalizada em paises como a Holanda e Suica.
Esses programas se chamam reducao de danos, claro que todo mundo sabe de como a Heroina ou qualquer opiaceo destroi a saude de uma pessoa, mas o viciado sem assistencia, sem dinheiro, sem trabalho e principamente, sem droga, se torna muito pior do que se ele estiver drogadinho & bonitinho. Entao esses programas dao as agulhas e heroina para que a pessoa nao tenha de passar pelo submundo do crime para obter sua dose diaria. Claro que ela mais para frente deve ter a opcao de passar para um programa de metadona (que eh um substituto sintetico da heroina) ou mesmo uma desintoxicacao total (como no filme da Cristiane F, coitadinha...) Isso sao solucoes que vao se impondo pela pratica, eu acho que na Holanda e Alemanha tem dado certo, pois nao se ve mais Junkies nas ruas ameacando as pessoas.

 

31 de maio de 2011 07:44 Vamp

"Ramones é rock`n roll!"

Sou mais Restart.

"Na verdadde o KKK da música é o baixista de direita que roubou a namorada do vocalista."

Ah, tá, faltou o manual.

 

Barato

Oxi, uma mistura de pasta-base de cocaína, querosene e cal virgem ou cimento, acetona, ácido sulfúrico, amônia e soda cáustica.

Só a pasta de cocaína é ilegal, ora.

 

Na Europa pepino e cenoura estao matando mais que maconha, proponho que o Estado criminalize o consumo desses vegetais. Alias poderiam poderiam proibir mc donalds cujos lanches entopem as veias coronarias das crianças.Pensando bem andar de moto em são paulo mata mais que usar maconha, que proibam as motos também.Que proibam os doces, as gorduras, o cigarro, o sexo sem camisinha, as bebidas, o Estado tem de cuidar dos seus cidadãos.Tem de criminalizar tudo o que é prejudicial ao cidadão.

 

Ainda prefiro levar a filhota ao McDonalds de vez em quando do que dar a ela um cigarro de maconha.
E Brasil não é Europa. É corrupto, incompetente e analfabeto.

 

E a descrição da Holanda nos textos do Gerald e do Gabeira não me levam a crer que a coisa lá está dando tão certo. Se estivesse, não estariam tentando criar restrições ao consumo da maconha.

 

Vamp, eu também quero estado mínimo. Só estamos divergindo sobre o conceito de mínimo.

 

31 de maio de 2011 20:27 juliano

"(...) Tem de criminalizar tudo o que é prejudicial ao cidadão."

"pepino, cenoura, mc donalds, motos, doces, gorduras, cigarro, sexo sem camisinha, bebidas"

Rogério: - E o Estado!

 

Beckett nos Pampas.

"Fim de Partida" no 1º MOSAICO TPQÑ?

Sábado, 4 de junho · 20:30 - 23:30
Local- Espaço Cultural Victorio Faccin (TUI)* - Rua Duque de Caxias, 380 - Santa Maria - RS
Criado por Teatro Por Que Não?

Mais informações
Uma tragicomédia absurda, escrita por Samuel Beckett no período Pós Segunda Guerra Mundial. O texto é livremente adaptado pelo Teatro Por Que Não?, buscando enfatizar a relação de amor e dependência entre Hamm e Clov, bem como a questão evidente do desgaste e afunilamento das relações humanas.
Em "Fim de Partida" os personagens revelam-se como homens que, divorciados de suas raízes religiosas, metafísicas e transcendentais, estão perdidos, o que torna suas ações sem sentido, absurdas, inúteis. Assim, o sentimento do absurdo nasce de uma realidade onde a busca pela sua compreensão dá-se somente através do racicínio lógico, privando o homem repentinamente de luz, de ilusões e da pureza dos ideais.

Direção: Luiza De Rossi
Elenco: André Galarça, Cauã Kubaski, Felipe Martinez e Rafaela Costa

Ponto de venda: Boteco do Rosário - Rua do Rosário, 400 - R$ 12 (inteira)
R$ 6 (meia) ou na hora

Saiba mais em www.teatroporquenao.com

*( Na década de 70 fiz parte do TUI, Teatro Universitário Independente)

 

31 de maio de 2011 20:27 juliano

"Na Europa pepino e cenoura estao matando mais que maconha (...)"

Quááá!!! Isso é engraçado...

 

Pessoal, me facilitem a vida, sim? Comentem sempre no post de cima, o mais atual.

 

Fhc vi além com a briga...
O objetivo maior não é extinguir as cracolandias ou reduzir o consumo, é obrigar o estado a tomar conta do que deve.Se voce descriminaliza, automaticamente o proximo passo é tratar e educar as crianças e adolecentes e isso custa caro nao é mesmo?é facil mandar o exercito subir o alemão , o custo é imensamente inferior a educar e cuidar dos doentes...

 

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