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O Vampiro de Curitiba




___"Estado, chamo eu, o lugar onde todos, bons ou malvados, são bebedores de veneno; Estado, o lugar onde todos, bons ou malvados, perdem-se a si mesmos; Estado, o lugar onde o lento suicídio de todos chama-se... "vida"!" (F. Nietzsche)

FHC, THC e o Estado-babá

Fernando Henrique Cardoso foi quase que linchado por boa parte da Imprensa e por todos os partidos políticos do Brasil quando, como Presidente da República, tentou livrar o Brasil do gigantismo estatal e da corrupção que imperava nas estatais desde sempre. Fez, contra praticamente todo o senso comum, um programa de privatizações que tirou o Brasil da Idade Média e o levou à Civilização. Agora, FHC vem sendo criticado por tarados adoradores do Estado -tanto da Esquerda como da Direita- por defender que o Estado-babá deixe de, ao menos, prender e tratar como criminoso quem decida consumir substâncias "entorpecentes". Ontem o ex-presidente falou ao "Fantástico", da Rede Globo, e ao jornal Folha de São Paulo. Leiam a matéria da Folha, volto em seguida:


Folha de S.Paulo - Mônica Bergamo - 29/05/2011

PEGA LEVE

FHC defende em filme a descriminalização de todas as drogas, o acesso controlado a entorpecentes leves e admite até a plantação caseira de maconha no Brasil como forma de combater o tráfico


Há três anos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se juntou a personalidades como os ex-presidentes César Gaviria, da Colômbia, e Ernesto Zedillo, do México, e aos escritores Paulo Coelho e Mario Vargas Lllosa na Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia. Passou a defender a descriminalização do consumo de entorpecentes. E transformou sua "saga" no filme "Quebrando o Tabu", de Fernando Andrade, que estreia na sexta, 3. Visitou 18 cidades da América Latina, EUA e Europa, foi a bares que vendem maconha, viu pessoas se drogarem nas ruas.
Mostrou o documentário às netas de 25 anos -que estavam ansiosas para saber, segundo ele, como defenderiam o trabalho "do avô maluco". FHC falou à coluna.


 Abaixo, um resumo:


Folha - O senhor já tem um histórico com o tema: na campanha para prefeito de São Paulo, em 1985, foi acusado de defender o consumo da maconha. 

 Fernando Henrique Cardoso -
Ali foi o uso, pela campanha do Jânio Quadros [que concorria com FHC], de uma entrevista que eu havia dado à revista "Playboy", em que me perguntaram se eu já tinha provado maconha. Eu contei que a única vez que eu vi alguém com maconha foi no bar P. J. Clarke's, em NY. Eu estava com uns primos banqueiros, bastante compostos. Alguém puxou. Achei o cheiro horrível. Me perguntaram: o senhor tragou? Nem sei tragar, nunca traguei nem cigarro. [A resposta de FHC à "Playboy" foi: "Eu dei uma tragada, achei horrível, acho que é porque nem cigarro eu fumo".]

E outras drogas?

 No meu tempo, não tinha esse negócio. Era só lança-perfume no Carnaval.

E o senhor cheirou lança?

 Mas muito pouco. Eu tinha horror dessas coisas. Eu nunca vi cocaína na minha vida. Eu sei que é um pozinho branco, e tal, mas nunca vi. Fui ver gente se drogar agora, na Holanda, fazendo o filme.

Claramente, qual é a sua posição sobre as drogas?

 Eu sou a favor da descriminalização de todas as drogas.

Cocaína, heroína?

 Todas, todas. Uma droga leve, tomada todo dia, faz mal. E uma droga pesada, tomada eventualmente, faz menos mal. Essa distinção é enganosa. Agora, quando eu digo descriminalizar, eu defendo que o consumo não seja mais considerado um crime, que o usuário não passe mais pela polícia, pelo Judiciário e pela cadeia. Mas a sociedade pode manter penas que induzam a pessoa a sair das drogas, frequentando o hospital durante um período, por exemplo, ou fazendo trabalho comunitário. Descriminalizar não é despenalizar. Nem legalizar, dar o direito de se consumir drogas.

Os manifestantes da Marcha da Maconha, por exemplo, defendem a legalização, o direito de cada um fumar ou não o seu baseado.

 Eles defendem não só a legalização, como dizem: "Não faz mal". Eu não digo isso, porque ela faz mal. Agora, não adianta botar o usuário na cadeia. Você vai condená-lo, estigmatizá-lo. E não resolve. O usuário contumaz é um doente. Precisa de tratamento e não de cadeia.

Eles podem argumentar: faz mal, mas eu tenho o direito de escolher.

 Aí é a posição holandesa. Lá você tem o indivíduo como o centro das coisas. Mas a Holanda é um país de formação protestante, capitalista, individualista: "Eu posso decidir por mim. Se eu quiser me matar, eu me mato". Lá, você não tem o nível de violência, de pobreza e de desinformação que tem no Brasil. Legalizar aqui pode significar realmente você alastrar enormemente o uso de drogas, de uma maneira descontrolada. Na Holanda, eles não tentam levar ninguém ao tratamento. Na cultura brasileira, funcionaria mais o modelo adotado por Portugal.

Como é em Portugal?

 Eles descriminalizaram todas as drogas e deram imenso acesso ao tratamento. E como você não tem medo de ir para a cadeia, você procura o hospital. Eles fazem inclusive uma audiência de aconselhamento com o usuário. Portugal está hoje entre os países com a menor expansão do consumo de drogas na Europa Ocidental. Agora, eles combatem o tráfico.

O filme diz que nunca existiu um mundo sem drogas.

 Antropologicamente, é verdade. O que não quer dizer que o mundo seja drogado! Agora, droga zero... Crime zero vai existir? Não vai haver nunca mais adultério? Mesmo no Irã, em que jogam pedra? Mas isso não pode dar o sentido de "então, libera".

Se nunca existirá um mundo sem drogas, de que adianta proibí-las e deixá-las, ilegais, sob controle de traficantes?

 Posso te dizer com franqueza? Vai ter que diminuir o consumo. Como? Motivando, e não prendendo as pessoas. O cigarro foi transformado em um estigma. Não era assim há 20 anos. Tem que tirar o glamour da maconha. Ela pode trazer perturbações graves. Tem que haver campanhas sistemáticas, informação, educação.

Os críticos da descriminalização dizem que uma droga leva a outras mais pesadas.

 Vamos falar sem hipocrisia: o acesso à maconha é fácil no Brasil. E o elo entre a droga leve e a droga pesada é o traficante. Se você não tem acesso regulado, vai para o traficante. E ele te leva da maconha para outras drogas.

E como seria esse acesso?

 Em vários estados americanos, na Europa, há liberdade de produção em pequena quantidade, doméstica. Cada país tem que encontrar o seu caminho.

No Brasil, imagina liberar a plantação caseira?

 Por exemplo. Descriminaliza e deixa alguma experimentação. Eventualmente, plantação caseira, por aí. Outra coisa: em alguns países da Europa, o governo fornece a droga para o dependente, para evitar o tráfico. Na Holanda, não é permitido se drogar na rua. Você tem locais específicos. Isso poderia acontecer no Brasil. Em SP, na cracolândia, o pessoal se droga na rua, à vontade. É melhor se drogar na rua ou ter um local específico? Isso não é liberar, é tratar como saúde pública.

Na Holanda "coffee shops" vendem maconha.

 Eu fui lá.

E experimentou?

 Não, não. Comigo não tem jeito. Eu não beijo sereia. Quer dizer, às vezes, sim. Mas não de drogas [risos]. A produção de maconha é ilegal na Holanda. Os "coffee shops" são solução meia-bomba. É uma coisa meio hipócrita.

Debates sobre costumes são sempre interditados no Brasil. A campanha de 2010 mostrou isso, com o aborto.

 Eu fui contra aquilo. Esses assuntos não são de campanha eleitoral. E, se você não tiver coragem de ficar sozinho, não é um líder. Mas no Brasil tem uma vantagem: a proposta mais avançada no Congresso sobre drogas é do líder do PT, o deputado Paulo Teixeira. Ele esteve na minha casa, com o Tarso Genro [governador do Rio Grande do Sul], discutindo essa questão. Nossa posição é parecida. Uma parte da sociedade vai ser sempre contra, mas não estamos defendendo coisas irresponsáveis. A droga faz mal, eu sou contra o uso da droga, tem que fazer campanha para reduzir o consumo. Agora, a guerra contra ela fracassou. Tá aumentando o consumo, tá tendo um resultado negativo, tá danificando as pessoas e a sociedade. Vamos ver se tem outros caminhos. No filme, não estamos dando receitas, e sim abrindo os olhos.

O senhor vai enviar o filme para Dilma Rousseff. A presidente, no entanto, tem se mostrado fechada a discussões sobre o tema das drogas.

 É o que dizem. Eu não sei. Não ouvi dela nada. Ela está saindo da campanha eleitoral e tal. Agora [rindo], precisa ver a posição do Lula. Álcool faz mais mal que marijuana.

As ideias que o senhor declara hoje jamais foram aplicadas ou mesmo defendidas em seu governo.

 Naquela época, havia uma enorme pressão americana, sobretudo por causa de Colômbia, Peru e Bolívia, que exportavam pasta de coca. E houve uma certa militarização do problema. Os americanos fizeram a ONU aprovar uma convenção com o objetivo de acabar com as drogas. E fizeram muita pressão para o Brasil participar de um entendimento do ponto de vista militar. Nós nos recusamos.

Mas houve cooperação.

 Nós tínhamos que mostrar que não deixamos de combater as drogas. Então criamos a Senad [Secretaria Nacional Antidrogas] com um duplo desafio: como é que diminuímos [as drogas] e como é que não nos amolam com essa questão. Fizemos esforços de erradicação de plantações no quadrilátero da maconha em Pernambuco, por exemplo.
Eu acreditava nisso. O problema não era tão violento. Não estava no radar como hoje está. Mas eu confesso que não tinha a posição que hoje eu tenho, porque eu não tinha informação. Meu governo foi isso: ambíguo.


Voltei chamando a atenção para o trecho da entrevista que deixei em vermelho: "Lá você tem o indivíduo como o centro das coisas. Mas a Holanda é um país de formação protestante, capitalista, individualista: "Eu posso decidir por mim. Se eu quiser me matar, eu me mato". "   Pois é! FHC é um político de esquerda, de um partido social-democrata, de um país da América Católica. Não é,  obviamente, um "liberal" radical. Ainda assim, é um dos poucos políticos brasileiros que consegue ver o que acontece no mundo sem se deixar levar pela cegueira ideológica.

A imensa maioria da grande Imprensa, assim como TODOS partidos políticos brasileiros, são, óbvio, defensores do Estado-babá. Cabe ao Estado, e não ao indivíduo, desde a educação dos filhos até permitir o que podemos ou não consumir. Aqueles que pensam diferente devem ser trancafiados em celas fétidas até apodrecerem, pois defender mudanças na legislação é fazer apologia ao crime. Nessa estranhíssima lógica em que se jogam jovens usuários nas mãos de criminosos do sistema prisional, quem defende a regulamentação e controle do consumo em lugares específicos estaria a favor do tráfico. Oras, o único a ganhar com o proibicionismo é exatamente o traficante, já que detém o monopólio  do comércio. Acabar com a violência do tráfico é acabar com o tráfico: regulamentando a venda e o consumo.

Não, leitor, o Estado não vai lhe proteger de nada, ele quer apenas o seu dinheiro e a sua obediência. Podem prender toda a população que quem quiser consumir drogas irá consumir de qualquer jeito. A questão é saber que país nós queremos, se um país onde indivíduos sejam resposnsáveis por seus atos e consumam ou deixem de consumir por suas próprias vontades e não por medo do castigo do Grande Irmão, ou um país de estado-dependentes que precisam da permissão do Estado-babá até para terem prazer.

Não se deixe levar, leitor, pela disputa partidária PT/PSDB paulista. Pense em que país você quer viver. No mais, jamais existirá um mundo sem drogas. Assim como um mundo sem sexo, diria FHC. Ou um mundo sem Rock,  digo eu. Fiquem com Ramones:




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Creep

Substitute - The Who

Para curtir no fim de semana, The Who:




Stephen Hawking, John Paul Jones e Diamanda Galás

Stephen Hawking e o Universo Sem Deus



Stephen Hawking: “vida após a morte é um conto de fadas”

Para físico inglês, cérebro humano é como um computador que, quando se quebra, simplesmente para de funcionar

iG São Paulo | 17/05/2011 19:41

O famoso físico teórico inglês Stephen Hawking diz não haver nenhum espaço para a noção de paraíso em sua visão do cosmos.

Em uma entrevista publicada na segunda-feira (16) no jornal The Guardian, o cientista de 69 anos diz que o cérebro humano é como um computador que para de funcionar quando seus componentes falham. Ao jornal, ele disse: “Não existe nenhum paraíso e ou vida após a morte para computadores quebrados; isso é um conto de fadas para pessoas com medo do escuro”.


Em “O grande projeto: Novas respostas para as questões definitivas da vida”, seu último livro, lançado no ano passado, Hawking já havia escrito que não haveria a necessidade de invocar um grande criador para explicar a existência do Universo.

O físico está confinado a uma cadeira de rodas por conta da esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada quando tinha 21 anos. Mas a doença faz com que ele aproveite mais a vida: “ Tenho vivido com a perspectiva de uma morte precoce pelos últimos 49 anos. Não tenho pressa de morrer. Existe muita coisa que quero fazer antes.”



Stephen Hawking: Deus não criou o universo

Físico britânico afirma que Big Bang foi apenas uma consequência da lei da gravidade

AFP | 02/09/2010 10:42

Deus não tem mais lugar nas teorias sobre a criação do universo devido a uma série de avanços no campo da física, afirma o cientista britânico Stephen Hawking em seu novo livro, que teve trechos divulgados nesta quinta-feira.

Demonstrando uma posição mais dura em relação à religião do que a assumida nas páginas do best-seller internacional "Uma breve história do tempo", de 1988, Hawking diz que o Big Bang foi simplesmente uma consequência da lei da gravidade.


"Por haver uma lei como a gravidade, o universo pode e irá criar a ele mesmo do nada. A criação espontânea é a razão pela qual algo existe ao invés de não existir nada, é a razão pela qual o universo existe, pela qual nós existimos", escreve o célebre cientista em "The Grand Design", que será publicado em série no jornal The Times.

"Não é necessário que evoquemos Deus para iluminar as coisas e criar o universo", acrescenta.

Hawking se tornou mundialmente famoso com suas pesquisas, livros e documentários, apesar de sofrer desde os 21 anos de idade de uma doença motora degenerativa que o deixou dependente de uma cadeira de rodas e de um sintetizador de voz.

Em "Uma breve história do tempo", Hawking sugeria que a ideia de Deus ou de um ser divino não é necessariamente incompatível com a compreensão científica do universo.

Em seu mais recente trabalho, no entanto, Hawking cita a descoberta, feita em 1992, de um planeta que orbita uma estrela fora de nosso Sistema Solar, como um marco contra a crença de Isaac Newton de que o universo não poderia ter surgido do caos.

"Isso torna as coincidências de nossas condições planetárias - o único sol, a feliz combinação da distância entre o Sol e a Terra e a massa solar - bem menos importantes, e bem menos convincentes, como evidência de que a Terra foi cuidadosamente projetada apenas para agradar aos seres humanos", afirma Hawking.
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John Paul Jones e Diamanda Galás






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Libera Já! (Atualizado): Paulo Francis Sobre A Liberação das Drogas


A prece 'não nos deixes cair em tentação' significa: 'não nos deixes ver quem somos'.(Nietzsche)



Direto do Reino de Monteiro Lobato, é Tianastácia:










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Augusto Nunes: O caseiro do Piauí e a camareira da Guiné

Um texto excelente do grande Augusto Nunes (link aí ao lado direito) que nos mostra a diferença entre um país civilizado e uma republiqueta de bananas:


O caseiro do Piauí e a camareira da Guiné


 
Nascido no Piauí, Francenildo Costa era caseiro em Brasília. Em 2006, depois de confirmar que Antonio Palocci frequentava regularmente a mansão que fingia nem conhecer, teve o sigilo bancário estuprado a mando do ministro da Fazenda.

Nascida na Guiné, Nafissatou Diallo mudou-se para Nova York em 1998 e é camareira do Sofitel há três anos. Domingo passado, enquanto arrumava o apartamento em que se hospedava Dominique Strauss-Kahn, foi estuprada pelo diretor do FMI e candidato à presidência da França.

Consumado o crime em Brasília, a direção da Caixa Econômica Federal absolveu liminarmente o culpado e acusou a vítima de ter-se beneficiado de um estranho depósito no valor de R$ 30 mil. Francenildo explicou que o dinheiro fora enviado pelo pai. Por duvidar da palavra do caseiro, a Polícia Federal resolveu interrogá-lo até admitir, horas mais tarde, que o que disse desde sempre era verdade.

Consumado o crime em Nova York, a direção do hotel chamou a polícia, que ouviu o relato de Nafissatou. Confiantes na palavra da camareira, os agentes da lei descobriram o paradeiro do hóspede suspeito e conseguiram prendê-lo dois minutos antes da decolagem do avião que o levaria para Paris ─ e para a impunidade perpétua.

Até depor na CPI dos Bingos, Francenildo, hoje com 28 anos, não sabia quem era o homem que vira várias vezes chegando de carro à “República de Ribeirão Preto”. Informado de que se tratava do ministro da Fazenda, esperou sem medo a hora de confirmar na Justiça o que dissera no Congresso. Nunca foi chamado para detalhar o que testemunhou. Na sessão do Supremo Tribunal Federal que julgou o caso, ele se ofereceu para falar. Os juízes se dispensaram de ouvi-lo. Decidiram que Palocci não mentiu e engavetaram a história.

Depois da captura de Strauss, a camareira foi levada à polícia para fazer o reconhecimento formal do agressor. Só então descobriu que o estuprador é uma celebridade internacional. A irmã que a acompanhava assustou-se. Nafissatou, muçulmana de 32 anos, disse que acreditava na Justiça americana. Embora jurasse que tudo não passara de sexo consensual, o acusado foi recolhido a uma cela.

Nesta quinta-feira, Francenildo completou cinco anos sem emprego fixo. Palocci completou cinco dias de silêncio: perdeu a voz no domingo, quando o país soube do milagre da multiplicação do patrimônio. Pela terceira vez em oito anos, está de volta ao noticiário político-policial.

Enquanto se recupera do trauma, a camareira foi confortada por um comunicado da direção do hotel: “Estamos completamente satisfeitos com seu trabalho e seu comportamento”, diz um trecho. Nesta sexta-feira, depois de cinco noites num catre, Strauss pagou a fiança de 1 milhão de dólares para responder ao processo em prisão domiciliar. Até o julgamento, terá de usar uma tornozeleira eletrônica.

Livre de complicações judiciais, Palocci elegeu-se deputado, caiu nas graças de Dilma Rousseff e há quatro meses, na chefia da Casa Civil, faz e desfaz como primeiro-ministro. Atropelado pela descoberta de que andou ganhando pilhas de dinheiro como traficante de influência, tenta manter o emprego. Talvez consiga: desde 2003, não existe pecado do lado de baixo do equador. O Brasil dos delinquentes cinco estrelas é um convite à reincidência.

Enlaçado pelo braço da Justiça, Strauss renunciou à direção do FMI, sepultou o projeto presidencial e é forte candidato a uma longa temporada na gaiola. Descobriu tardiamente que, nos Estados Unidos, todos são iguais perante a lei. Não há diferenças entre o hóspede do apartamento de 3 mil dólares por dia e a imigrante africana incumbida de arrumá-lo.

Altos Companheiros do PT, esse viveiro de gigolôs da miséria, recitam de meia em meia hora que o Grande Satã ianque é o retrato do triunfo dos poderosos sobre os oprimidos. Lugar de pobre que sonha com o paraíso é o Brasil que Lula inventou. Colocados lado a lado, o caseiro do Piauí e a camareira da Guiné gritam o contrário.

Se tentasse fazer lá o que faz aqui, Palocci teria estacionado no primeiro item do prontuário. Se escolhesse o País do Carnaval para fazer o que fez nos Estados Unidos, Strauss só se arriscaria a ser convidado para comandar o Banco Central. O azar de Francenildo foi não ter tentado a vida em Nova York. A sorte de Nassifatou foi ter escapado de um Brasil que absolve o criminoso reincidente e castiga quem comete o pecado da honestidade.

Vitória, Não Vingança

VNV NATION - ARENA

Dois vídeos com a música "Arena" do VNV NATION: um com imagens e som perfeito; outro num show ao vivo.  Escolham. Como sou compulsivo, optei por ambos:







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What Else Is There?

A Felicidade Não Existe

Meus amores, eu sei que não tem nada pior para um blog do que não atualizá-lo com certa frequência. Os leitores são cruéis! Se o blog não é constantemente atualizado, simplesmente é esquecido por seus leitores. Eu mesmo, se entrar pela segunda, terceira vez num blog e ali encontrar ainda o mesmo post, dificilmente voltarei a visitá-lo.

O fato é que estou aqui preso em estudos, em reflexões que me impedem de ter a mente livre para outro assunto qualquer. E também não quero escrever qualquer coisa só por saber da crueldade de vocês (rs). Compartilho com os leitores, então, um texto do João Pereira Coutinho. Fala da felicidade. E, principalmente, a meu ver, do Estado. Nestes tempos obscuros em que até aqueles que se consideram "liberais" desejam o Estado-babá lhes dizendo o que devem ou não consumir (sim, estou falando da liberaçao das drogas), Coutinho é um oásis em meio ao deserto: 


A felicidade não existe (João Pereira Coutinho para a Folha.com, em 02/05/11)


Felicidade: haverá tema mais infeliz? É o único conselho: não vale a pena seguir conselhos. Livros de auto-ajuda são livros de anti-ajuda. Transformam a felicidade em direito e, coisa pior, em dever. Conheço casos: gente que começou infeliz lendo um desses manuais e, no final da odisseia, estava mais infeliz ainda. 

Se assim é para os indivíduos, o cenário piora para as nações. Falar de um "país feliz" é tão absurdo como falar de um "hipopótamo voador". Os países não são pessoas. Mas os políticos tentam. 

Leio regularmente que, por toda a Europa, filósofos, psicólogos e economistas estudam medidas públicas destinadas a elevar a felicidade da população. Alguns especialistas falam mesmo em "Felicidade Interna Bruta" como mais importante que "Produto Interno Bruto" para medir a riqueza de um país.

E, nos Estados Unidos, conta o "The New York Times" que o Censo de Boston começou a perguntar aos habitantes quão felizes eles se sentiam. A ideia do poder político é reunir respostas, fazer gráficos rigorosos sobre os humores da população - e depois aplicar medidas para tornar o pessoal mais alegre. Sem ser através de químicos no ar ou na água. 

Aviso já: nada disso funciona. E não funciona porque a felicidade não existe - no coletivo. Existem felicidades particulares, individuais, muitas vezes intransmissíveis, que não podem ser reduzidas a um denominador comum. Eu sou feliz quando toco bandolim. O meu vizinho é infeliz quando me ouve a tocar bandolim. Caso encerrado. 

As pessoas não são números. São pessoas: distintas, irrepetíveis. Muitas vezes insondáveis e insolúveis. E aquilo que as torna felizes, ou infelizes, varia de caso para caso --e, mais ainda, de momento para momento. De nada vale eu responder ao Censo que me sinto feliz hoje quando, ainda ontem, eu estava infeliz da vida. 

Mas a felicidade não é apenas um conceito deslocado para pensarmos politicamente; é sobretudo perigoso. A ideia 'utilitarista' de que o governo deve perseguir sempre 'a maior felicidade para o maior número', apesar do seu agradável apelo democrático, pode legitimar situações intrinsecamente desumanas ou imorais. 

Se, por hipótese remota, uma comunidade se sente feliz perseguindo judeus, ou negros, ou mulheres, ou homossexuais, ou anões, que podem os "utilitaristas" responder a esse conjunto de preferências coletivas? Acreditar que a vida moral é uma mera questão quantitativa abrirá sempre portas para horrores mil. 

O Estado quer "promover" a felicidade? Muito simples: basta que se retire das vidas individuais sem exercer sobre elas qualquer poder paternal, autoritário, totalitário.

Quando um Estado pergunta "quão feliz você se sente?", só é possível responder a isso com uma nova pergunta: "E o que você tem a ver com o assunto?"

João Pereira Coutinho, 34 anos, é colunista da Folha. Reuniu seus artigos para o Brasil no livro "Avenida Paulista" (Record). Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras, para a Folha.com.




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I Saw You Saying

Bin Laden, Apodreça Nos Quintos Dos Infernos! Nono Círculo Direto!

Como ontem a Sandra jogou pesado, hoje eu tive de apelar para o Black Sabbath, do tio Ozzy:





Bin Laden, apodreça nos quintos dos infernos! Como diz minha polaca: Nono círculo direto!




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O Mundo Livre Comemora Uma Grande Derrota do Terror

Ainda na comemoração pela morte do porco terrorista. Hoje um sonzão indicado pela Sandra:



Valeu, Sandrérrima!
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Bin Laden, Rest In Pieces! Semana de Comemoração No Blog Pela Morte do Porco Terrorista

O som de hoje pela comemoração da morte de Bin Laden é do Led Zeppelin.


Amanhã uma sugestão da Sandra. Divirtam-se!






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A Comemoração Continua, Obama é o Cara!!!

Should I Stay or Should I Go?