Restou uma sensação de ausência, um grande vazio. Mas esse vazio não me é estranho. É apenas mais sólido do que aquele vapor de realidade que me ocupava todos os espaços, aquele silêncio que me ensurdecia. Correntes imaginárias que me atavam à uma vida imaginária e me impediam de qualquer realidade. Mentiras e desejos não realizados. Conveniências mesquinhas.
Poses para o Facebook. Frases pensadas que não significavam nada, apenas a convivência possível. Mentiras que sequer me satisfaziam. Comida requentada para enganar a fome existencial; existência camuflada que se deteriorava a qualquer resquício de verdade. Verdade que se escondia por ser demais evidente. Evidente, mas não desejada.
Desejo esse vazio sólido e verdadeiro! Suplico por sua ausência dolorosa. Sua escuridão me faz enxergar além do seu mundinho medíocre e falso. Minha luz não mais se limitará à sua falta de vontade. Enxergo escuridão, mas tenho os olhos bem abertos. E lhe ofereço também minha ausência. Acredite, ela é verdadeira!
O Vampiro de Curitiba