Blog do Vamp

O Vampiro de Curitiba




___"Estado, chamo eu, o lugar onde todos, bons ou malvados, são bebedores de veneno; Estado, o lugar onde todos, bons ou malvados, perdem-se a si mesmos; Estado, o lugar onde o lento suicídio de todos chama-se... "vida"!" (F. Nietzsche)

Santos Entre Taças de Vinho - Luiz Felipe Pondé

 


Sempre que escrevo sobre as causas do atraso cultural, político e econômico de países da América Latina, particularmente do Brasil, cito o Cristianismo e sua seita mais fundamentalista, o Marxismo, como principais causas deste atraso. Numa excelente entrevista à revista Veja desta semana o filósofo Luiz Felipe Pondé fala sobre religião, deus, esquerda e a hipocrisia dos "jantares inteligentes". Retirei a matéria do blog do grande Augusto Nunes, link aí ao lado:


Santos entre taças de vinho

ENTREVISTA PUBLICADA NA REVISTA VEJA

Jerônimo Teixeira

Luiz Felipe Pondé, de 52 anos, é um raro exemplo de filósofo brasileiro que consegue conversar com o mundo para além dos muros da academia. Seja na sua coluna semanal na Folha de S.Paulo, seja em livros como o recém-lançado O Catolicismo Hoje (Benvirá), ele sabe se comunicar com o grande público sem baratear suas ideias. Mais rara ainda é sua disposição para criticar certezas e lugares-comuns bem estabelecidos entre seus pares. Pondé é um crítico da dominância burra que a esquerda assumiu sobre a cultura brasileira. Professor da Faap e da PUC, em São Paulo, Pondé, em seus ensaios, conseguiu definir ironicamente o espírito dos tempos descrevendo um cenário comum na classe média intelectualizada: o jantar inteligente, no qual os comensais, entre uma e outra taça de vinho chileno, se cumprimentam mutuamente por sua “consciência social”. Diz Pondé: “Sou filósofo casado com psicanalista. Somos convidados para muitos jantares assim. Há até jantares inteligentes para falar mal de jantares inteligentes”. Estudioso de teologia, Pondé considera o ateísmo filosoficamente raso, mas não é seguidor de nenhuma religião em particular. Eis um pensador capaz de surpreender quem valoriza o rigor na troca de ideias.

Em seus ensaios, o senhor delineou um cenário exemplar do mundo atual: o jantar inteligente. O que vem a ser isso?

É uma reunião na qual há uma adesão geral a pacotes de ideias e comportamentos. Pode ser visto como a versão contemporânea das festas luteranas na Dinamarca do século XIX, que o filósofo Soren Kierkegaard criticava por sua hipocrisia. Esse vício migrou de um cenário no qual o cristianismo era a base da hipocrisia para uma falsa espiritualidade de esquerda. Como a esquerda não tem a tensão do pecado, ela é pior do que o cristianismo.

Como assim?

A esquerda é menos completa como ferramenta cultural para produzir uma visão de si mesma. A espiritualidade de esquerda é rasa. Aloca toda a responsabilidade do mal fora de você: o mal está na classe social, no capital, no estado, na elite. Isso infantiliza o ser humano. Ninguém sai de um jantar inteligente para se olhar no espelho e ver um demônio. Não: todos se veem como heróis que estão salvando o mundo por andar de bicicleta.

Quais são os temas mais comuns da conversa em um jantar desses?

Filhos são um tema recorrente. Todos falam de como seus filhos são diferentes dos outros porque frequentam uma escola que cobra 2 000 reais por mês mas é de esquerda e estuda a sério o inviável modelo econômico cubano. Ou dizem que a filha já tem consciência ambiental e trabalha em uma ONG que ajuda as crianças da África. Também se fala sempre de algum filme chatíssimo de que todos fingem ter gostado para mostrar como têm repertório. Mais timidamente, há certa preocupação com a saúde e o corpo. Reciclar lixo e, mais recentemente, andar de bicicleta também são temas valorizados. Sempre se fala mal dos Estados Unidos, mas Barack Obama é um deus. Fala-se mal de Israel, sem conhecer patavina da história do conflito israe­lo-palestino. Mas, claro, é obrigatório enfatizar que você é antissionista mas não antissemita, pois em jantar inteligente muito provavelmente haverá um judeu – apesar de serem muitas vezes judeus em crise consigo mesmos, o que é bem típico dos judeus.

Que assuntos são tabu?

Imagine dizer em uma reunião na Dinamarca luterana de Kierkegaard que algumas mulheres são infelizes porque não chegam ao orgasmo. Seria um escândalo. Simetricamente, hoje é um escândalo dizer que as mulheres emancipadas e donas de seu nariz estão mesmo é loucas de solidão. No jantar inteligente, você tem sempre de dizer que a emancipação feminina não criou problemas para as mulheres, que os homens aprenderam a ser sensíveis e que uma mulher nunca vai dar um pé no homem que se mostre sensível demais. Os jantares inteligentes misturam cardápios interessantes – pratos peruanos ou, sei lá, vietnamitas – com papo-cabeça, mas servem à mesma função que os jantares dos pais dessas pessoas cumpriam: passar o tempo. Os problemas amorosos, sexuais e profissionais são os mesmos, mas todos se acham bem resolvidos. Costumo provocar dizendo que há 100 anos se fazia sexo melhor. Tinha mais culpa e pecado, o que deve dar uma excitação tremenda. Hoje, todo mundo diz que tem um desempenho maravilhoso, e que vive uma relação de troca plena com seu parceiro ou parceira. Eu considero a revolução sexual um dos maiores engodos da história recente. Criou uma dimensão de indústria, no sentido da quantidade, das relações sexuais – mas na maioria elas são muito ruins, porque as pessoas são complicadas.

Quando começaram os jantares inteligentes?

A matriz histórica são os filósofos da França pré-revolucionária. Os saraus, os jantares em casas de condessas e marquesas eram então uma atividade da burguesia, ou de uma aristocracia falida, aburguesada. Eram uma das formas que a burguesia usava para constituir sua identidade, para mostrar que tinha cultura e opiniões. Mas era um grupo de vanguarda, que discutia as fraturas e crises do pensamento. Nos jantares de hoje, a inteligência tem a mesma função do vinho chileno.

Não há lugar para um pensamento alternativo nem na hora da sobremesa?

Não. A gente teve anos de ditadura no Brasil. Mas, quando ela acabou, a esquerda estava em sua plenitude. Tomou conta das universidades, dos institutos culturais, das redações de jornal. Você pode ver nas universidades, por exemplo, cartazes de um ciclo de palestras sobre o pensamento de Trotsky e sua atualidade, mas não se veem cartazes anunciando conferências sobre a crítica à Revolução Francesa de Edmund Burke, filósofo irlandês fundamental para entender as origens do conservadorismo. Não há um pensamento alternativo à tradição de Rousseau, de Hegel e de Marx. Tenho um amigo que é dono de uma grande indústria e cuja filha estuda em um colégio de São Paulo que nem é desses chiques de esquerda. É uma escola bastante tradicional. Um dia, uma professora falava da Revolução Cubana, como se esse fosse um grande tema. Ela citou Che Guevara, e a menina perguntou: “Ele não matou muita gente?”. A professora se vira para a menina e responde: “O seu pai também mata muita gente de fome”. O que autoriza um professor a usar esse tipo de argumento é o status quo que se instalou também nas escolas, e não só na universidade. O infantilismo político dá vazão e legitima esse tipo de julgamento moral sumário.

Como essa tendência se manifesta na universidade?

O mundo das ciências humanas, em que há pouco dinheiro e se faz pouca coisa, é dominado pela esquerda aguada. Há muito corporativismo e a tendência geral de excluir, por manobras institucionais, aqueles que não se identificam com a esquerda. Existe ainda a nova esquerda, para a qual não é mais o proletariado que carrega o sentido da história, como queria Marx. Os novos esquerdistas acreditam que esse papel hoje cabe às mulheres oprimidas, aos índios, aos aborígines, aos imigrantes ilegais. Esses segmentos formariam a nova classe sobre a qual estaria depositada a graça redentora. Eu detesto política como redenção.

Por que a política não pode ser redentora?

O cristianismo, que é a religião hegemônica no Ocidente, fala do pecador, de sua busca e de seu conflito interior. É uma espiritualidade riquíssima, pouco conhecida por causa do estrago feito pelo secularismo extremado. Ao lado de sua vocação repressora institucional, o cristianismo reconhece que o homem é fraco, é frágil. As redenções políticas não têm isso. Esse é um aspecto do pensamento de esquerda que eu acho brega. Essa visão do homem sem responsabilidade moral. O mal está sempre na classe social, na relação econômica, na opressão do poder. Na visão medieval, é a graça de Deus que redime o mundo. É um conceito complexo e fugidio. Não se sabe se alguém é capaz de ganhar a graça por seus próprios méritos, ou se é Deus na sua perfeição que concede a graça. Em qualquer hipótese, a graça não depende de um movimento positivo de um grupo. Na redenção política, é sempre o coletivo, o grupo, que assume o papel de redentor. O grupo, como a história do século XX nos mostrou, é sempre opressivo.

Em que o cristianismo é superior ao pensamento de esquerda?

Pegue a ideia de santidade. Ninguém, em nenhuma teologia da tradição cristã – nem da judaica ou islâmica -, pode dizer-se santo. Nunca. Isso na verdade vem desde Aristóteles: ninguém pode enunciar a própria virtude. A virtude de um homem é enunciada pelos outros homens. Na tradição católica – o protestantismo não tem santos -, o santo é sempre alguém que, o tempo todo, reconhece o mal em si mesmo. O clero da esquerda, ao contrário, é movido por um sentimento de pureza. Considera sempre o outro como o porco capitalista, o burguês. Ele próprio não. Ele está salvo, porque recicla lixo, porque vota no PT, ou em algum partido que se acha mais puro ainda, como o PSOL, até porque o PT já está meio melado. Não há contradição interior na moral esquerdista. As pessoas se autointitulam santas e ficam indignadas com o mal do outro.

Quando o cristianismo cruza o pensamento de esquerda, como no caso da Teologia da Libertação, a humildade se perde?

Sim. Eu vejo isso empiricamente em colegas da Teologia da Libertação. Eles se acham puros. Tecnicamente, a Teologia da Libertação é, por um lado, uma fiel herdeira da tradição cristã. Ela vem da crítica social que está nos profetas de Israel, no Antigo Testamento. Esses profetas falavam mal do rei, mas sem idealizar o povo. O cristianismo é descendente principalmente desse viés do judaísmo. Também o cristianismo nasceu questionando a estrutura social. Até aqui, isso não me parece um erro teológico. Só que a Teologia da Libertação toma como ferramenta o marxismo, e isso sim é um erro. Um cristão que recorre a Marx, ou a Nietzsche – a quem admiro -, é como uma criança que entra na jaula do leão e faz bilu-bilu na cara dele. É natural que a Teologia da Libertação, no Brasil, tenha evoluído para Leonardo Boff, que já não tem nada de cristão. Boff evoluiu para um certo paganismo Nova Era – e já nem é marxista tampouco. A Teologia da Libertação é ruim de marketing. É como já se disse: enquanto a Teologia da Libertação fez a opção pelo pobre, o pobre fez a opção pelo pentecostalismo.

O senhor acredita em Deus?

Sim. Mas já fui ateu por muito tempo. Quando digo que acredito em Deus, é porque acho essa uma das hipóteses mais elegantes em relação, por exemplo, à origem do universo. Não é que eu rejeite o acaso ou a violência implícitos no darwinismo – pelo contrário. Mas considero que o conceito de Deus na tradição ocidental é, em termos filosóficos, muito sofisticado. Lembro-me sempre de algo que o escritor inglês Chesterton dizia: não há problema em não acreditar em Deus; o problema é que quem deixa de acreditar em Deus começa a acreditar em qualquer outra bobagem, seja na história, na ciência ou em si mesmo, que é a coisa mais brega de todas. Só alguém muito alienado pode acreditar em si mesmo. Minha posição teológica não é óbvia e confunde muito as pessoas. Opero no debate público assumindo os riscos do niilismo, e sou muitas vezes acusado de niilista. Quase nunca lanço a hipótese de Deus no debate moral, filosófico ou político. Do ponto de vista político, a importância que vejo na religião é outra. Para mim, ela é uma fonte de hábitos morais, e historicamente oferece resistência à tendência do estado moderno de querer fazer a cura das almas, como se dizia na Idade Média – querer se meter na vida moral das pessoas.

Por que o senhor deixou de ser ateu?

Comecei a achar o ateísmo aborrecido, do ponto de vista filosófico. A hipótese do Deus bíblico, na qual estamos ligados a um enredo e um drama morais muito maiores do que o átomo, me atraiu. Sou basicamente pessimista, cético, descrente, quase na fronteira da melancolia. Mas tenho sorte sem merecê-la. Percebo uma certa beleza, uma certa misericórdia no mundo, que não consigo deduzir a partir dos seres humanos, tampouco de mim mesmo. Tenho a clara sensação de que às vezes acontecem milagres. Só encontro isso na tradição teológica.
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O Vampiro de Curitiba


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45 comentários:

Nao entendo mais nada Vamp, Londres está em chamas, crise americana, crise nas bolsas, Italia e Espanha quebrando, será o fim da civilização ocidental cristã,rs?Acho que o chamado primeiro mundo tambem tinha muito lixo escondido debaixo do tapete.Dias duros estão por vir.

 

É o mundo em movimento, Juliano. O Tempo não pára. E eu adoro! Eu quero estar perto do fogo!

 

Sabe quando tem autores que te perseguem? Pois é, desta vez, pra mim, é Kierkegaard. Tudo que vou ler encontro ele. Parece que quer me dizer algo...

 

Vamp, entendo lhufas de Kiekergaard. Mas "sou brasileira e não desisto nunca".
Fora isso, esses jantares inteligentes devem ser mais chatos que blog chapa-branca.

 

Sandra, eu li tudo de Kierkegaard pois o considero o verdadeiro pai do existencialismo. Ele vai sem medo às profundezas do ser humano. E é o único cristão, na minha opinião, que de fato seguiu o Cristianismo.

 

Li Incompletude, que fala do Teorema de Göddel. Segundo a autora, as idéias de Göddel são contrárias às de Kiekegaard. E, para mim, eram exatamente as mesmas. Sinal que não entendi nada de Kiekegaard.
Outros autores o comparam a outros filósofos, sempre mostrando que há conflito de idéias. E não vejo conflito.
Mas ele era, realmente, uma figura impressionante.

 

Sorte Vamp que o marxismo está sendo enterrado na América Latina tendo em vista que até o ditador Raul Castro abriu as pernas e autorizou a venda de imoveis, abertura de empresas, viagens, etc. Imagino as caras das viuvas de Stalin que vivem nos barzinhos das faculdades públicas tentando fazer a revolução sabendo que o paraiso cubano se abriu pro velho e bom capitalismo, com muito turismo, jogos, comercio e prosperidade.

 

Fogo! Fogo em Londres! Quando a revolução começar aqui vamos pôr fogo na careca de Pondé!!!

 

É, o Marxismo existe dentro de algumas Universidades, mas só em Universidades, na vida real já morreu há décadas.

 

"É, o Marxismo existe dentro de algumas Universidades, mas só em Universidades, na vida real já morreu há décadas"

E como eu perco uma tarde por ano fazendo inspeção veicular? Sempre pensei que fosse para salvar o meio ambiente em prol da coletividade do Município de São Paulo. Isto, não só é bem marxista, como também é bem real.

Mr. Throat.

 

"Sandra 9 de agosto de 2011 14:14 Vamp, entendo lhufas de Kiekergaard. Mas "sou brasileira e não desisto nunca".
Fora isso, esses jantares inteligentes devem ser mais chatos que blog chapa-branca. "

Jantar inteligente é assim: você chama seus amigos nerds para jogar poker ou videogame em casa, pede uma pizza e fala um monte de merda. Nada tem que ver com vinho chileno, mulheres bonitas (até porque elas não contribuem com o jantar inteligente) ou restaurantes caros. Chato é ficar sem fazer porra nenhuma e ler os comentários petulantes, impertinentes e opinativos do Vampiro...

Mr. Throat

 

Vejam que gracinha esse artigo sobre o Brasil:
Brazil: Everyone is on the Payroll
'E pau no Lula e na Dilma...

http://www.henrymakow.com/brazileveryone_is_on.html

 

Garganta, se você achasse o Vamp tão ruim, não o leria.

 

Sandra, o Garganta tem uma paixão antiga por mim, não tem jeito.

 

Nao sei nao, mas agora me de um click e percebi que esse Mr. Throat foi a inspiracao para o nome da peca do Gerald. Nao se preocupem nao, pois logo vou ter um computador com teclas de cedilha, til e tudo mais que o idioma Portugues requer!

 

Gaeta, não se preocupe com acentos ou qualquer coisa nos comentários. Os comentários são escritos rapidamente, sem revisão, ninguém esquenta a cabeça se faltar cedilha ou acentos.

 

Ok, Vamp, valeu!! Olhe que interessante esse artigo sobre os chatos das redes sociais, acho que esse descreve o nosso velho amigo que desapareceu: Targino silva!!

http://f5.folha.uol.com.br/humanos/954555-os-chatos-das-redes-sociais-o-senhor-da-verdade.shtml

Os chatos das redes sociais: O Senhor da Verdade

05/08/2011 - 07h00
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DE SÃO PAULO

Acharam que iríamos perdoar o 10º tipo chatonildo da internet, os Senhores da Verdade?

Conheça 10 tipos de chatos que frequentam as redes sociais

Existe coisa mais desagradável que aquela pessoa que se considera a fiel depositária da sabedoria, o arauto do bom senso e arroga para si o título de bússola do comportamento humano?

Quer cidadão mais chato, tonto e bobão que aquele que coloca defeitos em todo mundo, que se especializa em estigmatizar os outros, em ironizar os "tipos" de pessoas, como se ele fosse diferente delas?

No fundo, esse é outro tipinho problemático, um desajeitado social que tenta ocultar sua imensa cabeça de bagre fazendo alarde e joça das fraquezas alheias. Você conhece algum Senhor da Verdade, não conhece?

Claro... Quem você acha que fez esta lista soberba?

 

Gaeta, acho que o Garganta vence o Targino fácil, fácil...

 

Hehe pode ser, na verdade voce deveria fazer um concurso, outro grande candidato eh o Lucio Jr. que teve uma epoca, assumiu a identidade do Gerald!! Isso eh que chato, hein?
Agora, acho que o Targino ainda le o seu blog, sem postar nada!

 

Gaeta, Sócrates foi condenado a morte pelo comportamento que você descreveu...

Mr. Throat.

 

Mr. Throat, nao fui eu que descreveu o comportamento foi a pessoa que postou no site da Folha. Quanto ao Socrates, ele fazia um trabalho maravilhoso, mas infelizmente estava muito a frente do seu tempo. Atualmente ele seria apenas um excetrico. Foi dada a ele a oportunidade: Se voce parar de falar sobre a verdade, voce pode viver, mas ele preferiu morrer a ter que se calar...

 

Eu aposto que o Vampiro concorda comigo, mas ele não vai falar porque é muito vaidoso...

Mr. Throat

 

Se Platão nascesse hoje, seria publicitário...

O Gaeta, por exemplo, compraria tudo que o Platão vendesse...

 

Aceito a aposta, Garganta!

 

Eu não apostei com você, poh!

 

Se o Vampiro não gosta de perder, ele só pode concordar comigo.

 

Mas eu nao completei a minha linha de pensamento, o Socrates falava sobre a verdade sim, mas na sua academia. Ele tinha um espaco propio e tinha formado um grupo de pessoas receptivas. Agora, sair por ai, postando no Facebook, ou no blog dos outros, tudo que da na cabeca eh outro papo...

 

10/08/2011 - 06h15

DE SÃO PAULO

Carolas, tremei.

Um estudo que será publicado neste mês aponta que, quanto mais desenvolvido o país, maior o número de ateus.

Para o autor Nigel Barber, portanto, chegará o dia em que quase todo o mundo vai se declarar sem religião.

A mudança já estaria ocorrendo. A pesquisa, feita em 137 países, mostra que nas economias mais desenvolvidas o número de descrentes é crescente.

Na Suécia, por exemplo, o índice chega a 64% da população, seguida por Dinamarca (48%), França (44%) e Alemanha (42%).

Na outra ponta, países da África sub-saariana têm menos de 1% de ateus.

O autor aponta razões mercadológicas para a baixa das religiões.

Segundo ele, as pessoas procuram as igrejas para se salvar de dificuldades e incertezas da vida.

Hoje profissionais como psicólogos e psiquiatras podem perfeitamente suprir essa lacuna.

 

Não tenho nada contra publicitários. Prefiro-os aos que os consideram um perigo. Estes sim, além de perigosos, são chatos. E devem frequentar os tais jantares inteligentes descritos no post.

 

Paulo, AMEI o link! Pior é que me classifiquei em pelo menos 3 tipos.

 

Queen_UK Elizabeth Windsor
Dear The Government, are any of you actually working? This is not Italy. Back to your desks. As ever your loving Queen, EIIR.

Esse foi o Twitter da rainha, quando os riots comecaram em Londres!

 

O Sócrates platônico não falava só na sua academia. Você está errado, Gaeta. Aliás,no diálogo "Apologia de Sócrates", quando Sócrates recebeu a mensagem do deus Apolo de que ninguém era mais sábio do que ele, Sócrates saiu por aí investigando seus concidadãos e verificou que, de fato, seus concidadãos diziam saber o que não sabiam. Portanto, Sócrates questionou uma mensagem dívina. Esta era a missão dele e que ele fez por toda a vida: questionar todo o mundo grego, seus deuses, seus poetas etc, mostrando que eles não conheciam a verdade. O Filósofo, para o Sócrates platônico, é quem conhece a verdade, pois é quem tem acesso ao mundo do ser. Pagou com a vida por esta ousadia.

Garganta

 

Quer dizer, ao contrário de Abrãao que não questionou a determinação de Deus para levar seu filho à morte, Sócrates não acolheu a mensagem divina de que ninguém era mais sabio do que ele sem antes questioná-la, investigando seus concidadãos.

Aliás, a meu ver, esta é a diferença fundamental entre religião e Filosofia.

Garganta.

 

Não entendi por que os "carolas" tem que tremer, anônimo. Será decretada a obrigatoriedade do ateísmo como medida desenvolvimentista?

 

Sandra, pelo que voce disse voce tem muito auto-conhhecimento! Parabens!!

 

Hehe pode ser, na verdade voce deveria fazer um concurso, outro grande candidato eh o Lucio Jr. que teve uma epoca, assumiu a identidade do Gerald!! Isso eh que chato, hein?
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Eu aceito que vc insinue que sou chato, mas que o Gerald seja chato, não, de jeito nenhum.

 

Eu gosto de Dostoiévski e até li parte do livro Crítica e Profecia, do Pondé. Pesquisando mais sobre ele e Dostoiévski, me deparei com essa frase: "os ateus são pessoas apodrecidas em vida".

Embora eu seja um maoísta católico, não concordo de jeito nenhum.

Abs bem chatinhos!

 

Paulo, as chatices fazem parte da pessoa.

 

Eu nao disse que o Gerald eh chato, Lucio. Eu disse que voce ou qualquer pessoa que tenta ser alguem que nao seja si propio, torna-se automaticamente um chato de galochas. Agora o Gerald tem sempre sido o Gerald, entao meu comentario nao era em relacao a ele.

 

Vamp voce tem encontrado Kierkegaard em todos os lugares e eu cada vez mais afirmações sobre a plenitudo da natureza humana, ou seja o "bem e o mal" unificados como é e como deveria ser desde o "inicio"

 
Lílian de Faria - Belo Horizonte

Que texto delicioso! mais delicioso do que um vinho do Porto,mais delicioso do que comer doce de cidra depois de macarrão com sardinhas! acho muito elegante acreditar em Deus.É mais elegante do que acreditar no Che e nas ECOBAGS!Beijos Vampirinho.Saudade!Vou alí pra minha santa ceia nada inteligente.

 

Çedilha.

 

Paulo: o caso é que eu errei mesmo, imaginando que o twitter era como uma comunidade Orkut, onde se cria uma comunidade em torno de uma pessoa ou de um tema.

Não; no twitter, a conta é imediatamente associada àquela pessoa.

 

A Piauí desse mês trouxe uma sátira com uma charge de um cara de óculos e cachimbo e fala do neorerudito alegórico, na seção tipos acadêmicos. Claramente satiriza o Pondé.

Engraçadíssimo. Uma passagem para vcs:

"O legítimo erudito alegórico é reconhecido a distância pelo corte de cabelo no melhor estilo hype. E faça chuva ou sol, haja progresso material ou não, são radicalmente contra o governo, desde que, é claro, o governo seja do PT. Nesse contexto, é de bom alvitre atacar a Revolução Francesa, os campos da morte do Camboja, o Gulag e o bolsa família, fazendo um amálgama bem nutrido".

 

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