Dalton Trevisan ganha o prêmio Camões de literatura
Escritor paranaense de 86 anos é o décimo brasileiro a conquistar o troféu
O escritor paranaense Dalton Trevisan, de 85 anos, conquistou a 24ª edição do prêmio Camões, o mais importante da literatura escrita em português. O anúncio foi feito nesta segunda-feira em Lisboa.
Trevisan é o décimo brasileiro a ganhar o Camões. Antes dele, João Cabral de Melo Neto, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Antonio Candido, Autran Dourado, Rubem Fonseca, Lygia Fagundes Telles, João Ubaldo Ribeiro e Ferreira Gullar já haviam sido premiados.
""A escolha de Dalton Trevisan foi unânime", afirmou o brasileiro Silviano Santiago, um dos jurados do prêmio, em nota oficial. "Primeiramente, pela contribuição extraordinária de Dalton Trevisan para a arte do conto, em particular para o enriquecimento de uma tradição que vem de Machado de Assis, no Brasil, de Edgar Allan Poe, nos EUA, e de Borges, na Argentina."
Nascido em 14 de junho de 1925 em Curitiba, no Paraná, Dalton Trevisan começou a escrever na década de 1940. Ficou conhecido pelo estilo seco e econômico de escrever, pelo humor negro e violência de suas obras e também pelo estilo de vida recluso - não gosta de ser fotografado e não dá entrevistas.
A reclusão lhe valeu o apelido de "O Vampiro de Curitiba", nome de um de seus principais livros. Outras obras importantes são "Novelas Nada Exemplares" (1959), "Cemitério de Elefantes" (1964), "A Guerra Conjugal" (1969) e "Ah, É?" (1994).
No ano passado, Trevisan ganhou o prêmio Jabuti na categoria contos
e cronicos pelo livro "Desgracida". Veja abaixo a lista completa de ganhadores
do prêmio Camões:
1989 - Miguel Torga (Portugal)
1990 - João Cabral de Melo Neto (Brasil)
1991 - José Craveirinha (Moçambique)
1992 - Vergílio Ferreira (Portugal)
1993 - Rachel de Queiroz (Brasil)
1994 - Jorge Amado (Brasil)
1995 - José Saramago (Portugal
1996 - Eduardo Lourenço (Portugal)
1997 - Pepetela (Angola)
1998 - Antonio Candido (Brasil)
1999 - Sophia de Mello Breyner Andresen (Portugal)
2000 - Autran Dourado (Brasil)
2001 - Eugénio de Andrade (Portugal)
2002 - Maria Velho da Costa (Portugal)
2003 - Rubem Fonseca (Brasil)
2004 - Agustina Bessa Luís (Portugal)
2005 - Lygia Fagundes Telles (Brasil)
2006 - José Luandino Vieira (Angola)
2007 - António Lobo Antunes (Portugal)
2008 - João Ubaldo Ribeiro (Brasil)
2009 - Armênio Vieira (Cabo Verde)
2010 - Ferreira Gullar (Brasil)
2011 - Manuel António Pina (Portugal)
2012 - Dalton Trevisan (Brasil)
6 comentários:
E para quem não sabe o personagem "Vampiro de Curitiba" é dele! Voce sabia, Vamp? :-)
Poxa, que honra!!!!!!!!!!!!
Engraçado que as obras do premiado escritor tem portabilidade para cinema, mini-séries, e, pelo que eu sei nunca foram adaptadas.
Prêmio Camões, discordo apenas da premiação de Jorge Amado e João Cabral de Melo Neto, escritores pobres de obras pobres, viciados em sentimentalidade excessiva e outras afetações.
Tene, me desculpe pela demora na aprovação do seu comentário. Chegando em Curitiba, finalmente.
Bom retorno, Vamp!
E parabéns a Dalton Trevisan!
Vamp; tá tendo um debate bem legal lá no questão de crítica. Dê uma olhada lá, saudade dos nossos quebra-paus. abs!
http://www.questaodecritica.com.br/2012/01/entre-gargantas-e-gargulas-o-teatro-nao-dramaturgico-de-gerald-thomas-pos-manifesto-e-suas-aporias/comment-page-1/#comment-4811
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